Levar um tiro é um tipo de sensação que ninguém gostaria de sentir. Dependendo da região que atinge, o tiro é capaz de provocar danos graves ao corpo ou levar a pessoa à morte.
Há dois dias do Natal, em 2006, Andy Sandness estava triste e bebendo muito. Segundo o jornal o Globo, “naquela noite, depois do trabalho, quando estava ‘super, super deprimido’, ele pegou um rifle de um armário.
Olhou para si mesmo por um tempo, posicionou o cano da arma embaixo de seu queixo, respirou fundo e puxou o gatilho. Instantaneamente, ele sabia que tinha cometido um erro terrível. Quando a polícia chegou, enquanto um oficial que era seu amigo o segurou nos braços, Sandness implorava: ‘Por favor, por favor, não me deixe morrer! Eu não quero morrer!
Ele foi levado de sua casa no leste do Wyoming, tratado em dois hospitais e depois transferido para a Clínica Mayo. Quando acordou, sua mãe estava segurando sua mão. Ela sempre foi uma mulher forte, mas naquele dia, seu rosto era um retrato de uma dor inconsolável. A bala tinha deformado a boca do seu filho, que então apontou para uma caneta e um papel.
“Eu sinto muito”, escreveu ele.
“Eu te amo,” ela respondeu. “Está bem.” Mas tudo o que Sandness podia pensar era como ele tinha ferido sua família — e só queria saber o que vinha em seguida”.
Andy acabou ficando sem o nariz, a mandíbula, com a boca dilacerada, perdido parte da visão do olho esquerdo e com apenas dois dentes. Depois de ser tratado em dois hospitais, ele foi transferido para a Clínica Mayo e conheceu o cirurgião plástico Samir Mardini, um especialista em reconstituição facial.
O médico estava lançando um programa de transplantes faciais e achou que Sandness poderia ser o paciente ideal. Ele conta que o risco e as consequências dessa cirurgia eram altos, mas Sandness acabou topando. Depois da revisão interna e aprovação para a reconstrução facial inicial, a equipe de Mardini reconstruiu sua mandíbula com osso, músculo e pele foram retirados do quadril e perna para enxertar as partes afetadas.
A equipe médica também reconectou os ossos da facem com placas de titânio e parafusos. Depois da reconstrução, Sandness foi comunicado da existência de um doador disponível, Calen Rudy Ross, que também tinha atirado em si mesmo aos 21 anos de idade e não resistiu aos ferimentos.
Segundo o G1, “O procedimento de transplante de rosto durou 56 horas: cerca de 24 horas para retirar o rosto do doador e outras 32 horas para implantá-la no paciente. “Superou em muito minhas expectativas”, escreveu Sandness em um caderno quando viu seu rosto no espelho pela primeira vez após a cirurgia.
Sandness, agora com 31 anos, está aproveitando os pequenos prazeres da vida, como comer bife e pizza (antes, isso não era possível, pois o orifício de sua boca era pequeno demais para esses alimentos).
Ele também desfruta do fato de não chamar mais a atenção por sua aparência e ser “apenas mais um rosto na multidão“.”
Como agradecimento, ele abraça o cirurgião Samir Mardini, o responsável pela cirurgia de transplante de rosto no rapaz.