O primeiro laboratório espacial da China terá um fim ardente na atmosfera da Terra, disseram autoridades chinesas.
A estação espacial Tiangong-1, de 8,5 toneladas. está intacta até o momento, orbitando a Terra a uma altitude de 370 km, de acordo com Wu Ping, vice presidente do escritório de Engenharia Espacial da China. Isso é um pouco mais baixo do que a Estação Espacial Internacional (ISS), que geralmente permanece a uma altitude de 400 km acima da superfície do planeta.
Portanto, de acordo com o comunicado oficial, Tiangong-1 provavelmente cairá de volta na Terra no segundo semestre de 2017, e sua re-entrada não deve causar problemas para nós, disse Wu.
“Com base em nossos cálculos e análises, a maior parte do laboratório espacial queimará durante a re-entrada”, disse Wu durante uma entrevista coletiva no dia 14 de setembro, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, da China.
Tiangong-1 (que significa “Palácio Celestial” em mandarim) está sendo monitorada de perto pelos chineses, que emitirão avisos apropriados caso a estação ameasse colidir com um satélite, disse Wu, que ainda prometeu avisos e previsões da queda da estação Tiangong-1, caso seja necessário.
O comunicado feito por Wu confirma a especulação de que a China não estava mais no controle da Estação Espacial de 10 metros, lançada em setembro de 2011. Afinal, se os operadores tivessem controle da estação eles poderiam manobrá-la numa re-entrada guiada ao longo de um trecho vazio do oceano.
Três naves espaciais atracaram com a Tiagong-1 durante sua vida operacional: Shenzhou-8 em novembro de 2011, Shenzhou-9 em Junho de 2012 e Shenzhou-10 em junho de 2013. As duas últimas missões foram tripuladas, transportando três “taikonautas” chineses em cada uma delas.
Tiangong-1 parou de enviar dados para a Terra em março de 2016, terminando oficialmente a missão do laboratório espacial. Mas a China não ficará sem sua base no espaço, afinal, seu sucessor acaba de ser lançado.
Tiangong-2
No dia 15 de setembro, o laboratório espacial Tiangong-2 foi lançada no topo de um foguete Longa Marcha 2F, no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, noroeste da China.
Dois taikonautas (palavra oriental que significa astronauta) estão programados para visitar o sucessor de Tiangong-1, e deverão permanecer ao menos 30 dias no novo protótipo de estação espacial chinesa.
A China não faz parte do consórcio multinacional, liderado pelos Estados Unidos e Rússia, que opera a Estação Espacial Internacional (de 400 toneladas), e isso explica os rios de dinheiro que estão sendo investidos no programa espacial chinês.
Em 2013 a China teve seu próprio rover enviado à Lua, o Yutu, e pretende ainda colocar seu primeiro taikonauta na superfície lunar. Em abril, a China revelou que pretende lançar uma sonda que orbitará o planeta Marte, e em seguida, lançará um pousador que estudará sua superfície, o que deve acontecer em meados de 2020. Até 2022, a China pretende que sua Estação Espacial esteja em pleno funcionamento, orbitando a Terra com sua própria tripulação. Parece que os chineses, mais do que nunca, estão entrando de cabeça na exploração espacial.