Quando a meteorologia (o CLIMA) enlouquece, muitas pessoas acham que é culpa das mudanças climáticas, e outras apostam que não passa de mais um “capricho da natureza“. Os noticiários podem até passar outra impressão, mas os números comprovam: no ano passado, morreram 7,7 mil pessoas vítimas de desastres naturais. Veja alguns números que podem ajudar a esclarecer essa questão.
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Mudanças climáticas: Fenômenos extremos estão aumentando
Fonte: http://dw.com/p/1GnoT – © 2015 Deutsche Welle
O ano de 2014 foi calmo – pelo menos no que se refere aos efeitos catástrofes naturais. Os noticiários podem até passar outra impressão, mas os números comprovam: no ano passado, morreram 7,7 mil pessoas vítimas de desastres naturais. A média dos últimos dez anos gira em torno de 97 mil; dos últimos 30 anos, por volta de 56 mil.
“O fato de, no ano passado, catástrofes naturais terem provocado a morte de menos pessoas é – apesar da tragédia de cada caso individual – uma boa notícia”, diz Torsten Jeworrek, diretor da companhia de resseguro Munich Re.
Desde a década de 1970, a resseguradora bávara Munich Re mantém estatísticas sobre danos provocados por eventos climáticos extremos – inundações, secas, granizo, baixas temperaturas ou furacões – e também por eventos geofísicos – terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas.
Ano de 2014: Menos vítimas, mais catástrofes
A queda no número de mortos não é obra do acaso. Em muitas localidades, os sistemas de alerta funcionam melhor do que há alguns anos. “No caso de catástrofes naturais iminentes, as autoridades evacuam as pessoas para locais seguros de forma consequente, como, por exemplo, antes da passagem do ciclone Hudhud pela costa leste da Índia e do tufão Hagupit na costa das Filipinas”, completou Jeworrek.
No entanto, observando o gráfico mais abaixo, também é possível constatar outro desenvolvimento: o número de desastres naturais vem crescendo aos poucos desde 1980. O ano de 2014 registrou um recorde com 980 desastres naturais, bem mais do que a média da década anterior (830) ou em relação aos últimos 30 anos (640).
“Certamente, isso se deve, por um lado, às mudanças climáticas, mas também ao fato de que hoje tais eventos são muito mais fáceis de se observar”, explicou à DW Stefan Straub, do Departamento de Mudanças Climáticas e Energias Renováveis da Munich Re.
“No entanto, não atribuímos eventos isolados explicitamente às mudanças climáticas, já que a ocorrência de cada evento também seria possível sem elas”, continuou Straub, “porém, é possível que haja eventos que sejam agravados pelas alterações do clima – por exemplo, uma maré de tempestade, que é acentuada ainda mais pela elevação do nível do mar.”
Menos geologia, mais clima
No ano passado, 92% das catástrofes naturais com danos relevantes foram provocadas por eventos climáticos extremos. Assim, em 2014, terremotos, tsunamis e atividades vulcânicas tiveram papel secundário.
Também chamou a atenção o fato de a temporada de furacões no Atlântico Norte ter sido relativamente inofensiva, disse Straub. Por outro lado, o período de ciclones tropicais no leste do Pacífico foi marcado por um número de tempestades acima da média, ressaltou o especialista, explicando ainda que a maioria delas, no entanto, não atingiu o continente.
A situação foi diferente no noroeste do Pacífico. Ali, um número relativamente alto de tufões atingiu a costa japonesa, mas os danos foram poucos devido ao alto padrão das construções e à infraestrutura do Japão.
Calmaria antes da tempestade?
O balanço do primeiro semestre de 2015 mostra uma situação bem diferente. Nos primeiros seis meses deste ano, mais de 16 mil pessoas morreram. Apenas o terremoto devastador no Nepal custou a vida de 9 mil pessoas. Justamente a força da natureza responsável apenas por uma pequena parcela do número total de mortos parece querer mostrar a capacidade de destruição de um tremor de 7,8 graus na escala Richter. “Muitas vezes, o número de eventos climáticos extremos e de catástrofes naturais é conduzido de forma aleatória”, informou Stefan Straub.
Em seguida, sucedeu-se a terrível onda de calor na Índia, que provocou a morte de 3,6 mil pessoas. Embora tais ondas nessas regiões sejam normais no início do período de monções, temperaturas de 47°C são excepcionalmente elevadas até para os padrões indianos. Pouco vento acompanhado de alta umidade provocou um efeito ainda mais extremo.
Mesmo que na comparação com 2014, esses números sejam assustadores, considerando a média de 46 mil mortos no primeiro semestre das décadas passadas, fica claro como a natureza foi imprevisível com todos os seus desastres e eventos climáticos extremos e ainda continua a ser – independente de estatísticas, sistemas de alerta e previsões.
E as previsões não param. “Espera-se que o El Niño se acentue até o fim do ano e que diminua no início de 2016”. Um El Niño forte é seguido, geralmente, por uma fase de La Niña, lê-se no balanço anual da Munich Re. Ou seja: as condições climáticas típicas de uma região ficam ainda mais acentuadas. Entre os climatologistas, La Niña é considerada a irmãzinha de El Niño. Os efeitos do El Niño já estão se fazendo presentes no Brasil, especialmente nos estados do sul, o RS e SC, que estão sofrendo com o aumento das chuvas que esta provocando inundações e desalojando milhares de pessoas de suas residências.
E as mudanças climáticas?
Florian Imbery, do Departamento de Análises Climáticas do Serviço Meteorológico Alemão (DWD), também acredita que registros recordes únicos – incluindo tempestades, furacões e inundações – podem ser claramente atribuídos às mudanças climáticas.
Em entrevista à DW, ele explica que é preciso observar os eventos em longo prazo, pois na pesquisa climática trabalha-se com períodos muitos mais longos, de mais de 30 anos. “Dois pontos são particularmente importantes: quando e quantas vezes acontece um evento? Qual foi a sua intensidade?”
Segundo os climatologistas, nesse ponto se pode observar que, desde a década de 1990, por exemplo, as ondas de calor aumentaram consideravelmente nas cidades alemãs. “Mais uma vez, isso é algo que se pode atribuir claramente ao aquecimento global e às mudanças climáticas”, afirmou Imbery. E o aumento da frequência e da intensidade de períodos de calor é considerado algo praticamente certo.
Eleita vice-presidente do IPCC até 2020, a pesquisadora brasileira Thelma Krug fala sobre a certeza dos cientistas sobre a influência humana no clima do planeta e os desafios dos governos para frear o aquecimento global.
Pela primeira vez desde sua fundação, em 1988, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) terá mulheres no comando. Uma delas é a pesquisadora brasileira Thelma Krug, eleita para a vice-presidência do órgão até 2020.
A posição também será ocupada pela norte-americana Ko Barrett e pelo malinês Youba Skona. O novo presidente do painel, o sul-coreano Hoesung Lee, assume no lugar de Rajendra Pachauri, que pediu demissão do cargo em fevereiro, após denúncias de assédio sexual.
Eleita por representantes de 195 países-membros, Thelma Krug, especialista em estatística espacial, é pesquisadora sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e preside a Força Tarefa em Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do IPCC desde 2002.
Em entrevista à DW Brasil, ela falou sobre os desafios do combate às mudanças climáticas e o papel do IPCC nas pesquisas que embasam decisões políticas.
DW Brasil: o IPCC forma toda a base científica para a discussão nas Conferências do Clima. E a COP de Paris, em novembro, é especialmente importante, porque dela deve sair um acordo global para limitar as emissões de gases do efeito estufa. O que a senhora espera dessa conferência?
Thelma Krug: A mensagem no último relatório é muito forte, e eu espero que os países não esqueçam disso durante as negociações em Paris. Eu vejo três mensagens principais. Uma delas é sobre a certeza da influência humana: nós estamos influenciando o sistema climático e de uma forma crescente.
A segunda mensagem diz que se as coisas continuarem como estão – ou seja, se as emissões continuarem crescendo ao longo do tempo, principalmente no setor de energia –, enfrentaremos riscos de impactos severos e irreversíveis. Isso vale tanto para as pessoas quanto para os ecossistemas.
E a última, que eu acho a mais interessante, é a mensagem positiva que o IPCC procurou passar no relatório: há condições de lidar com a mudança do clima e com os riscos associados a ela. Há soluções possíveis que permitem a continuidade do desenvolvimento humano e econômico.
É preciso reverter e muito as emissões dos gases do efeito estufa se os países quiserem chegar a um aumento máximo de 2ºC na temperatura global – que foi o limite acertado pelos países nas negociações. Quanto mais se prorrogar isso, mais caro vai ficar. Maiores serão os desafios tecnológicos, institucionais e humanos.
O IPCC passou por uma crise de credibilidade em 2010, quando erros em alguns relatórios veio a público. Vocês ainda enfrentam problemas por causa disso?
Thelma Krug: Eu acredito que essa fase tenha sido completamente superada. Acho que essa fase inclusive ajudou o IPCC a fortalecer os seus procedimentos. O IPCC continua sendo a autoridade mais universalmente reconhecida no tema. A participação dos governos em todo o processo de aprovação dos relatórios do IPCC aumenta essa credibilidade.
Erros podem acontecer e precisam ser reconhecidos. O que foi feito depois daquele grande desafio que passamos foi uma revisão dos processos e procedimentos na elaboração do relatório. Erros são encontrados, e estamos falando de mais de 7 mil páginas de relatórios. Eu até acho surpreendente que não haja muitos erros, quando se considera esse volume todo: são cinco quilos de publicação com os três relatórios.
Quais são os próximos desafios científicos do IPCC?
Thelma Krug: Na minha opinião, temos dois desafios sempre presentes. Um deles é uma maior regionalização, ou seja, buscar uma melhor identificação dos riscos, impactos e mitigação de forma mais regionalizada. E a segunda é a busca incessante, a cada novo relatório, da redução das incertezas nos resultados que são apresentados. O conhecimento cientifico avançou muito em direção às certezas. E a gente espera que as incertezas não sejam um fator limitante para ações.
O Brasil passa por uma recessão neste momento, com cortes significativos em projetos de pesquisa. Isso pode afetar o avanço do conhecimento na área das mudanças climáticas no país?
Thelma Krug: O Brasil tem um grupo muito atuante na área de pesquisas de mudança do clima. Temos vários pesquisadores com uma atuação muito significativa dentro do IPCC. E essa participação não é por acaso. Ela é um reconhecimento dessa competência instalada no país e que tem que ser expandida.
Um dos pontos que eu acho importante é a capacidade do país de atuar em áreas onde países em desenvolvimento tem uma limitação grande, que é a area de modelagem. Modelagem é um dos elementos essenciais para os relatórios do IPCC e todos os grupos de trabalho.
O Brasil tem uma competência cientifica, mas também a infraestrutura técnica, nós temos supercomputadores, isso faz com que o país esteja numa outra categoria. É um investimento alto, mas traz realmente um retorno significativo para o país, inclusive na parte de regionalização dos resultados. Isso só pode ser feito quando você refina esses modelos climáticos globais para os regionais.
Mas eu vejo o cenário com preocupação. Se esses investimentos não continuarem, principalmente nessa parte de infraestrutura também no sentido de assegurar que o conhecimento cientifico seja expandido, continuamente, nós sentiremos esse impacto no futuro.
O que ter uma pesquisadora na vice-presidência no IPCC representa para o Brasil?
Thelma Krug: Essa eleição como vice-presidente do IPCC representa a continuidade do reconhecimento do Brasil como um pais que tem capacidade cientifica e técnica para contribuir com o painel sobre o clima.
Desde o primeiro relatório do IPCC, ou seja, início dos anos 1990, o Brasil participou muito ativamente. Estamos falando de uma contribuição de 25 anos. No primeiro relatório, a co-presidência era do Dr. Gylvan Meira Filho. No ciclo seguinte, o próprio Dr. Gylvan esteve na vice-presidência do painel, e eu fui copresidente da Força Tarefa de Inventários Nacionais. Mas essa eleição tem uma uma característica distinta: dessa vez é uma mulher, e nunca houve mulheres nesse patamar de liderança do IPCC.
As pesquisadoras no IPCC também enfrentam machismo e preconceito?
Thelma Krug: O IPCC sempre menciona a questão do equilíbrio de gênero. Mas é claro que isso é sempre muito difícil. A própria participação dos países no painel é praticamente toda masculina.
Por isso, foi uma enorme supresa a constituição desse conselho que vai atuar até 2020 com o número significativo de mulheres em posições-chave. Demonstra uma mudança. Eu nunca digo que existe diferença significativa nos resultados, se liderado por mulher ou por homem, mas há diferença no processo, na forma como tudo acontece. Então será muito interessante observar como, nesse período, o processo poderá ser alterado com a participação de mulheres.
{N.T.- “Haverá muitas mudanças dramáticas no clima do planeta, muitas mudanças nas condições meteorológicas na medida em que o TEMPO DA GRANDE COLHEITA se aproxima RAPIDAMENTE ao longo dos próximos anos. Vocês vão ver a velocidade do vento em tempestades ultrapassando 300 milhas (480 quilômetros) por hora, às vezes. Deverão acontecer fortes TSUNAMIS e devastação generalizada NAS REGIÕES COSTEIRAS, e uma emissão de energia solar que fará importante fusão e derretimento das calotas de gelo nos polos, e subseqüente aumento drástico no nível do mar, deixando muitas áreas metropolitanas submersas em todo o planeta“. Excerto do post: http://thoth3126.com.br/illuminati-revelacoes-de-um-membro-no-topo-da-elite-explosivo/ }