Brasileiros demonstram levitação de objetos grandes

Em 2015, os físicos brasileiros Marco Auré Andrade e Júlio Adamowski domaram a levitação acústica, fazendo pequenas esferas de poliestireno flutuarem no ar de forma controlada.

Foi a primeira demonstração de um aparelho de levitação “não-ressonante”, que não requer uma distância fixa de separação entre a fonte e o refletor, o que deu muita flexibilidade à técnica, usada, por exemplo, para estudar o comportamento de gotas de líquido sem as interferências produzidas pelas paredes de um recipiente.

Agora a dupla fez outra inovação na área que está chamando a atenção da comunidade internacional: eles descobriram como levitar objetos grandes, maiores do que o comprimento das ondas acústicas utilizadas.

Levitação com ultrassom

Enquanto no experimento original só era possível levitar esferas de 3 milímetros de diâmetro, o novo aparato suspende no ar esferas de até 5 centímetros de diâmetro.

As esferas são levitadas usando ondas ultrassônicas, o que significa que o ser humano pode vê-las suspensas no ar, mas não ouve o som que as mantém.

Os pesquisadores explicaram que o novo avanço se deveu à constatação de que os transdutores – os alto-falantes utilizados – podem ser reposicionados. Utilizando três alto-falantes, gera-se uma onda “estacionária” no espaço entre eles, que tem força suficiente para suportar a esfera.

A esfera é mantida a uma altura de 7 milímetros. “No momento nós conseguimos levitar o objeto apenas em uma posição fixa no espaço. Agora pretendemos desenvolver novos aparelhos capazes de levitar e manipular objetos grandes no ar,” disse Marco Auré.

A levitação não é uma façanha de Hermione Granger, mas uma aplicação prática de conceitos da física. O fenômeno é resultado da formação de uma onda estacionária, sobreposição de duas ondas simples com a mesma frequência, amplitude e comprimento que “trafegam” em sentidos opostos.

A combinação gera uma onda maior, estável, com pontos fixos no espaço. Como uma imagem vale mais que mil palavras, este GIF pode ajudar. Nele, a onda rosa e a onda azul, em movimento, formam a onda preta, estacionária. Imagine que a bolinha de isopor está “surfando” na crista da onda e o fenômeno mágico está explicado.

Estudos anteriores alcançaram resultados similares, mas com limitações. Os objetos que flutuavam tinham no máximo um quarto do comprimento de onda, e quando eram maiores do que isso não havia maneira de estabilizá-los horizontalmente. Os pesquisadores brasileiros usaram uma estrutura com três transdutores ultrassônicos, aparelhos que transformam sinais elétricos em ondas de alta frequência.

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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