Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos conquistou uma façanha impressionante. Eles conseguiram juntar 473 genes para criar um organismo vivo: uma bactéria. Seria esse o primeiro passo para gerar humanos de forma artificial?
Os pesquisadores do Instituto J Craig Venter reuniram um a um os genes para gerar uma bactéria micoplasma. O processo já foi comparado à criação de um “Frankenstein minúsculo”. O tamanho e a simplicidade do organismo impressionam. Como a bactéria tem apenas 473 genes (um ser humano tem 25 mil), ela pode revelar muito a respeito do funcionamento dos blocos que compõem a vida.
Esse número de genes é considerado o mínimo absoluto para uma bactéria sobreviver e se replicar. Isso permite aos cientistas isolar genes específicos e determinar suas funções com uma precisão sem precedentes. Estudar organismos com um genoma maior é muito mais complicado, pois fica difícil estabelecer o papel de cada gene.
Enquanto algumas pessoas se preocupam, achando que criar vida em laboratório é como brincar de Deus, é inegável que os estudos sobre a vida bacteriana sintética podem trazer inúmeros benefícios. Além de aprimorar as técnicas de edição de genes e desenvolvimento de medicamentos, a pesquisa pode ajudar a encontrar novos meios para que nosso sistema imunológico combata doenças.