Parasitas matam uma toninha no litoral catarinense

Uma toninha foi encontrada morta com parasitas no bico na manhã desta segunda-feira, dia 9 de junho, em Laguna (SC). Pescadores acharam o animal na praia do Mar Grosso, próximo à Tesoura por volta das 7h. A Polícia Militar Ambiental foi acionada e entregou o animal para o Laboratório de Zoologia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde está sendo analisado.

Em análise inicial, os policiais ambientais acreditam que a toninha fêmea de 1,22 metros e cerca de 17kg pode ter morrido de fome, já que os parasitas estavam presos ao seu bico, o que pode tê-la impedido de se alimentar.


De acordo com o professor da Udesc Pedro Volkner de Castilhos, o cetáceo encontrado é da espécie Pontopória Blainvillei, mamífero bastante comum no litoral catarinense. Na região de Laguna, ele costuma aparecer em alto-mar, a cerca de 1,5 quilômetros e 2 quilômetros da costa, mas já foi avistado a 500 metros da rebentação.

O parasita encontrado no animal é exótico, não é do nosso litoral. A hipótese com a qual o professor trabalha é que ele tenha vindo em água de lastro de navios.

— Tudo indica que essa craca não prejudica o animal, mas pode gerar dificuldade física ao pegar alimento — pondera Castilhos.

Segundo Castilho, a craca encontrada na toninha é da espécie Conchoderma auritum, que comumente se fixa em outros animais como mexilhões, tartarugas e pinguins, mas só pega uma carona, sem causar prejuízos aos hospedeiros. A situação da última segunda-feira é diferente:

— O caso descrito aqui em Laguna muda a relação ecológica entre as duas espécies, sendo o primeiro caso registrado em que a espécie hospedeira Pontoporia blainvillei morre — ressalta Castilho.

Segundo o professor, este é o quinto caso desde 2012 em que o parasita é encontrado em toninhas de SC, o segundo em que a craca se desenvolveu de maneira mais grave como a desta segunda-feira. Os demais foram encontrados mortos por outros motivos, mas apresentavam o parasita em seus dentes, como o último caso registrado, na semana passada.

— O parasita é oportunista. Os filhotes ficam na água, na parte superior do oceano, procurando substrato duro para se fixarem. Provavelmente a toninha deu azar de passar, não conseguiu tirar da boca e a craca foi se proliferando — acrescenta o professor da Udesc.


Abaixo, uma foto do mesmo parasita em uma baleia.

fonte: Diário Catarinense
foto: Ronaldo Amboni

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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This article has 1 Comment

  1. vale lembrar que não é permitido que os navios liberem água de lastro em nosso litoral.
    🙁 isso é muito triste.

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