Atualmente, Eugene Shoemaker é reconhecido como um dos pais da ciência planetária. Como especialista no estudo de asteroides e fundador do Programa de Astrogeologia da USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), suas pesquisas contribuíram com inúmeras informações importantes no desenvolvimento da corrida espacial, desde o treinamento de astronautas até a descoberta de alguns dos asteroides mais peculiares do sistema solar.
Entre suas descobertos, o famoso cometa Shoemaker-Levy 9, que, em 1994, colidiu com a superfície de Júpiter e liberou uma energia equivalente a 6 milhões de megatons, ou seja, 750 vezes maior que o arsenal nuclear total da terra, o que permitiu, pela primeira vez, o estudo de um impacto planetário dessa magnitude.
Shoemaker morreu tragicamente em um acidente automobilístico, em julho de 1997. Os diretores da NASA, abalados com a perda, decidiram homenageá-lo de uma forma original: deram ao cientista o privilégio de ser o primeiro e único ser humano cujos restos mortais foram deixados fora da Terra.
Assim, a esposa de Shoemaker, Carolyn, participou do lançamento da Prospector em 6 de janeiro de 1998, com seus filhos e netos. Na época, ela disse que seu marido teria ficado emocionado em ter suas cinzas enviadas para descansar para sempre na lua.
“Ele vai ser o homem na lua, para nós”, disse Carolyn Shoemaker.
Foi gravada a laser em uma folha de bronze uma epígrafe, que envolveu o frasco contendo os restos mortais de Shoemaker. Também foram escritos esses versos de Romeu e Julieta, de Shakespeare:
“E quando, mais adiante, ele vier a morrer, em pedacinhos o corta, como estrelas bem pequenas, e ele a face do céu fará tão bela que apaixonado o mundo vai mostrar-se da morte, sem que o sol esplendoroso continue a cultuar.”
Após 19 meses, a sonda finalmente colidiu com uma cratera próxima ao polo sul da Lua, levando os restos mortais do cientista. A cratera escolhida não foi aleatória: tratou-se da Shoemaker, estudada e catalogada intensivamente por Eugene em sua juventude.
Fonte: anfrix.com e NBC