“Asteroide vai provocar o fim do mundo em 16 de fevereiro”. Esse é o título de vários artigos espalhados ao redor da internet desde o começo de 2017. Segundo os textos, o astrônomo russo Dyomin Damir Zakharovich teria previsto que um asteroide recém descoberto iria se chocar com a Terra, causando o fim de nossa existência.
A notícia é tão imprecisa, que algumas fontes citam o dia do acidente como 16 de fevereiro, mas outras apontam que na realidade seria no dia 25. Além disso, existe também a divergência sobre a origem do astrônomo. Enquanto algumas notícias explicam que ele é um funcionário da agência espacial norte-americana (Nasa), outras dizem que o russo trabalha de forma independente.
As contradições já poderiam ser fortes indícios de que a notícia não é real, mas existem outras informações que levam a essa direção.
Se você buscar o nome do suposto cientista russo em sites de busca, vai perceber que não há relatos do nome em trabalhos de pesquisa ou postagens feitas antes de janeiro de 2017, quando a notícia começou a circular. Por causa disso, talvez, nem mesmo o nome do cientista utilizado na história seja real (o que é compreensível, já que a utilização de um nome real para uma notícia falsa poderia gerar problemas com as leis).
Nasa
Por parte da Nasa, realmente houve um pronunciamento sobre o asteroide 2016 WF9, detectado em 27 de novembro de 2016, mas nada mencionava o possível fim do mundo. Depois de coletar dados suficientes sobre a órbita do asteroide, a agência esclareceu, ainda em 29 de dezembro, que ele representava nenhuma ameaça para o nosso planeta.
“2016 WF9 vai aproximar-se da órbita da Terra em 25 de fevereiro de 2017. Em uma distância de 51 milhões de quilômetros da Terra, não vai passar realmente perto. A trajetória do 2016 WF9 foi bem compreendida e o objeto não é uma ameaça para a Terra num futuro próximo”, explicou a agência. Se a informação ainda te deixa com um pé atrás, saiba que essa distância é maior do que 132 vezes a distância de nosso planeta até a lua.
Nibiru
A teoria do suposto astrônomo russo diz que o asteroide, na verdade, teria deixado o sistema Nibiru em outubro, com uma trajetória que vai cruzar a órbita do nosso planeta. Nibiru, um suposto planeta existente no universo, na verdade se trata de um planeta não detectado em nenhum sistema solar conhecido até hoje. Antigos textos da Babilônia fazem menção ao suposto texto, mas ele nunca foi detectado.
Além disso, todos os asteroides detectados pela Nasa que podem passar por nossa direção, são listados num site feito em parceria com astrônomos de todo o mundo, que qualquer pessoa pode acessar. Nele, se as listagens de um asteroide estão classificadas como branca, azul ou verde, qualquer notícia sobre riscos ligados ao objeto, pode ser considerada falsa.
Sendo assim, o que sabemos até agora é que o asteroide foi mesmo descoberto, mas não representa nenhum risco para o nosso planeta. Ao menos dessa vez, nós ainda estamos salvos das ameaças espaciais.