Por muitos anos já se fala em congelar pessoas e preservar seus corpos (e mentes) para o futuro. Podemos usar como exemplo, o herói da Marvel, Capitão América. Na vida real, na década de 1960, um grupo de pesquisadores congelou um corpo logo após sua morte, com a esperança de que, no futuro, fosse possível ressuscitá-lo.
A primeira pessoa a ser congelada para o futuro, foi o professor de psicologia James Bedford, da Universidade da Califórnia, em 1967. Alguns médicos e pessoas interessadas no assunto, congelaram o corpo do professor apenas poucas horas depois que ele morreu, por conta de um câncer no fígado que espalhou para os pulmões.
Para preservar o organismo do professor, seu corpo foi colocado em um contêiner coberto com gelo seco. Depois, os médicos imergiram o corpo de Bedford em nitrogênio líquido. Durante 50 anos seu corpo foi mudado de um contêiner para outro. Seu corpo descansa na Fundação Alcor de Extensão da Vida, em Scottsdale (Arizona – EUA).
Se comparado com o processo de criogenia – estudo da produção de temperaturas muito baixas e de seus fenômenos – atual, o processo aplicado há 50 anos é altamente obsoleto, por conta da evolução tecnológica, especialmente na medicina.
Em 1991 fora feita uma avaliação visual da condição do corpo de Bedford, que revelou não ter havido qualquer tipo de deterioração aparente.
De acordo com o gerente de serviços e cuidados da Fundação, R. Michael Perry, “não há data definida para outro exame”. Porém, no ano em que o congelamento do corpo do professor completa 50 anos, especialistas comemoram o sucesso e avanços científicos que o corpo lhes proporcionou.
Atualmente, a expectativa para o futuro, pelo menos para muitos estudiosos da criogenia, não é a de conquistar a ressurreição completa do corpo congelado, mas sim de suas memórias, para que possam ser implantadas em robôs.
Para o neurocientista Michael Hendricks, da Universidade McGill, em Montreal (Canadá): “A reanimação ou simulação é uma esperança falsa que está além da promessa da tecnologia”.
Em contrapartida, a Fundação Alcor, afirma que “não existem argumentos técnicos credíveis e conhecidos que levem a concluir que a criogenia, realizada em boas condições, não funcionaria”. Além disso: “A criogenia é a crença de que ninguém está realmente morto até que o conteúdo de informações do cérebro está perdido”, tendo como argumento que as baixas temperaturas podem evitar esse tipo de perda.
A estimativa é de que existam mais outros 250 indivíduos em diversas instalações de criogenia, o custo mínimo para se manter um corpo nessas condições é de mais ou menos 28 mil dólares, nos Estados Unidos.
Bary Fuller, professor de ciências cirúrgicas e medicina de baixa temperatura, da Universidade de Londres, diz que fazer com que esses órgãos e tecidos sejam úteis após o descongelamento é o grande desafio, com isso, pesquisas ainda estão em desenvolvimento. Ele completa: “Pensamos em termos de décadas. Às vezes, em 50 ou 100 anos”.
Apesar de a Fundação não ter liberado imagens do corpo do professor James Bedford, deixou claro que seu corpo não sofreu alterações graves nem depreciação ao longo desses 50 anos