49 anos de Jornada nas Estrelas

Jornada nas Estrelas – Star Trek – completa 49 anos. A série é a primeira referência quando se fala em ficção científica e histórias contendo naves espaciais, alienígenas e outros planetas.

A série foi criada por Gene Roddenberry. Foi exibida pela primeira vez como uma série de televisão, em 8 de setembro 1966, originalmente chamada Star Trek mas posteriormente renomeada para Star Trek: The Original Series. Essa série levou a criação dos spin-offs Star Trek: The Animated Series, Star Trek: The Next Generation, Star Trek: Deep Space Nine, Star Trek: Voyager e Star Trek: Enterprise.

As seis séries de televisão são consideradas parte da mitologia de Star Trek, apesar de existir um debate acerca da posição de The Animated Series no canône da franquia. O canône de Star Trek também inclui uma série de filmes.

Apesar da reposta da crítica ter variado de série para série e filme para filme, Star Trek já venceu e foi indicado a vários prêmios e honrarias. O sucesso das séries de televisão e dos filmes levou a uma ampla gama de outros spin-offs, como jogos eletrônicos, romances, brinquedos, uma atração temática em Las Vegas e pelo menos duas exibições em museus. Desde então a franquia se tornou um fenômeno cultural, iniciou a criação da língua klingon, adquiriu uma grande base de fãs e já foi referenciada e parodiada inúmeras vezes na cultura popular.

As histórias de Star Trek normalmente mostram as aventuras de humanos e alienígenas que servem a Frota Estelar, uma armada pacífica que serve a Federação Unida dos Planetas. Os personagens são essencialmente altruístas, cujos ideais são aplicados nos dilemas apresentados na série.

Os conflitos apresentados em Star Trek às vezes representam uma alegoria para conflitos contemporâneos: a série original discute questões da década de 1960, assim como seus spin-offs refletem as questões de suas respectivas décadas.

Questões refletidas nas séries incluem: guerra e paz, lealdade, autoritarismo, imperialismo, economia, racismo, religião, direitos humanos, sexismo, feminismo e o papel da tecnologia. Roddenberry disse: “[Ao criar] um novo mundo com novas regras, eu podia discutir sobre sexo, religião, Vietnã, política e misseís intercontinentais. Realmente, nós as colocamos em Star Trek: nós estávamos mandando mensagens e felizmente elas passaram pela emissora”.

Roddenberry desejava mostrar o que a humanidade poderia se transformar se eles tivessem aprendido com as lições do passado, mais especificamente terminando com a violência. Um bom exemplo são os vulcanos, um povo que teve um passado bem violento porém aprenderam a controlar suas emoções.

Roddenberry também queria colocar uma mensagem contra a guerra, como também mostrar a Federação Unida dos Planetas como se fosse uma versão otimista e ideal das Nações Unidas.

Impacto cultural

A franquia Star Trek é uma industria multi-bilionária, propriedade da CBS. Gene Roddenberry vendeu Star Trek para a NBC como um drama de aventura que se passava no espaço. A fala de abertura, “para audaciosamente ir aonde nenhum homem jamais esteve”, foi tirada quase integralmente de um folheto da Casa Branca, produzido após o lançamento da sonda Sputnik, em 1957. O trio principal; Kirk, Spock e McCoy; foi moldado conforme padrões mitológicos.

Star Trek e seus spin-offs provaram ser muito populares na sindicação e hoje são exibidos em todo o mundo. O impacto cultural do programa vai além de sua longevidade e profitabilidade. Convenções de Star Trek se tornaram muito populares. Alguns fãs cunharam o termo “Trekkie” para descrever eles mesmos. Porém, outros preferem “Trekker”. Uma subcultura inteira foi criada ao redor do programa, algo mostrado no documentário Trekkies.

A franquia antecipou muitos dos aparelhos e da tecnologia usada atualmente, incluindo o Tablet PC, o PDA e os celulares. Várias de suas frases entraram no vocabulário popular. Em 1976, após uma campanha de cartas, a NASA nomeou seu ônibus espacial protótipo de Enterprise. Anos mais tarde, a sequência de créditos iniciais de Star trek: Enterprise iria incluir cenas do ônibus espacial.

Rompendo tabus e preconceitos

Além das inovações tecnológicas de Star Trek, uma de suas maiores e mais significantes contribuições para a história da televisão foi seu elenco multirracial e multicultural. Isso se tornou comum na televisão a partir da década de 1980, porém nos anos 1960 isso era algo controverso e arriscado. Na ponte da Enterprise havia um piloto japonês, um navegador russo, uma oficial de comunicações negra, um engenheiro escocês e um primeiro oficial alienígena. Também, controverso na época, foi o primeiro beijo interrracial planejado da história da televisão americana, entre Kirk e Uhura no episódio “Plato’s Stepchildren”.

E a Jornada segue sem Spock

Impossível falar de Jornada nas Estrelas e não falar de Spock. Infelizmente, este ano o Sr. Spock não está entre nós para comemorar mais um aniversário com a tripulação.

A influência de Star Trek (Jornada nas Estrelas) e, dentre os vários personagens, destaca-se bem acima Spock, é muito grande e inegável na nossa cultura pop ocidental. Não sei como é em outras regiões do planeta, mas nos Estados Unidos e aqui no Brasil ela é muito presente.

As gerações bem mais novas, infelizmente, não tiveram esse contato e podem até nem ter compreendido as razões de tanto destaque à morte de Leonard Nimoy. Embora seja sabido e reconhecido outros talentos de Nimoy, ele deu vida, por tantos anos, ao Sr. Spock, que fica muito difícil separar o homem, o ator, do personagem. Para ter uma ideia da grandeza deste homem, vale à pena dar uma passada no site onde está exposto um pouco destes outros ângulos.

A tristeza é grande, a tristeza é maior, porque foi Spock quem nos deixou, desta vez para sempre. Não temos como embarcar na Enterprise e sair, mais uma vez, à procura dele.

Para entender tamanha força de Spock, é inevitável compreender a força de Star Trek. A série foi pioneira no que se chama comumente de ficção científica. Mas assim como a tripulação da Enterprise, que saiu em uma missão de 5 anos “para ir audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve”, a série também foi onde a humanidade ainda não havia ido.

Jornada nas Estrelas rompia, um a um e passo a passo, vários tabus e preconceitos da sociedade estadunidense. Na sua tripulação trabalhavam juntos e cooperando entre si um russo, um japonês, uma mulher negra em posição de comando (três preconceitos quebrados de uma vez só Uhura!), um escocês e um alienígena, Spock.

Não esqueçamos que não fazia muito tempo que o mundo havia saído da Segunda Guerra Mundial, então reunir uma tripulação dessas não era algo lá muito simpático. Só faltou ter algum oficial alemão pra completar.

Star Trek apresentava uma visão otimista, positiva do futuro da humanidade. Spock tinha um papel central nessa ideologia da série. A razão apontava para a vitória da convivência pacífica, para uma relação de igualdade entre homens e mulheres, entre todas as etnias, para a resolução dos problemas com base no diálogo. Tudo bem que a Enterprise tinha lá seu poder de fogo, mas muito modesto comparado com as naves de outras séries e filmes de ficção, construídas para a destruição e o terror. O caráter da Enterprise era de uma nave para exploração, para conhecer outros povos, outras culturas, indo sempre em missão de paz.

A série, até por ser nos anos 60 (foi ao ar em 1966) não tinha como contar com muitos efeitos especiais. As histórias não são recheadas de ação, de aventura no estilo Indiana Jones ou, pra lembrar o rival Han Solo em outro universo, não são como em Star Wars, que é basicamente de ação.

Star Trek tinha uma trama mais profunda, mais elaborada. Abordou temas como a guerra, a divisão do mundo, o racismo, a religião, direitos humanos, o papel da ONU, a economia, o imperialismo, etc. O próprio Gene Roddenberry disse uma vez:

“Ao criar um novo mundo com novas regras, eu podia discutir sobre sexo, religião, Vietnã, política e mísseis intercontinentais. Realmente, nós as colocamos em Star Trek: nós estávamos mandando mensagens e felizmente elas passaram pela emissora”.

A série também levou seus fãs a sonhar com o futuro, a pensar como seria a Terra dentro de algumas décadas. E foi, nesse aspecto, também visionária, antecipando diversos equipamentos que usamos hoje, como smartphones e tablets, portas que se abrem com a presença humana, aparelhos com touch screen. Tudo isso está lá em Star Trek, que completa ano que vem 50 anos de lançamento.

A influência e o impacto de Star Trek é tão grande que a NASA batizou um de seus ônibus espaciais de Enterprise. Abaixo, o elenco em visita à NASA. Por sinal, essa é a foto que foi publicada nesta sexta como homenagem da NASA em seu perfil no Twitter.

É estranho que Spock tenha cativado milhões de pessoas. Logo ele, o personagem que seria só razão, só lógica, só bom senso. Sem demonstrar sentimentos. Sem vacilar entre uma escolha racional e uma escolha sentimental. Até quando se sacrifica, o faz em nome da razão.

Estranhamente, é ele quem mais despertou sentimentos, quem se tornou o mais querido, o mais idolatrado até. Provavelmente ele também não entenderia isso. Mas nós entendemos todo este vácuo que fica com sua partida.

Vá em paz, capitão Spock. Vida longa e prospere.

com informações do Terra e da Wikipedia

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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