A questão ética envolvendo consumo de carne não é nova. A forma como os animais são abatidos, como as carnes são quimicamente tratadas, a enorme quantidade de matéria-prima necessária e o passivo ambiental gerado pelas mega criações de bovinos e aves já estão no indigesto cardápio dos efeitos negativos dos nossos hábitos alimentares.
Mas se houvesse uma alternativa de continuar comendo carne sem que para isso seja preciso sacrificar animais, você encararia? A saída já tem sido estudada em laboratórios de todo o mundo, mas só há alguns anos começaram a brotar os primeiros resultados.
A startup norte-americana Memphis Meat anunciou há alguns dias que conseguiu produzir carne de frango e pato em laboratório, sem que nenhum bicho tenha sido morto.
As peças são produzidas a partir de células dos animais, que, cultivadas com nutrientes químicos, crescem e formam um tecido idêntico ao da carne tradicional. O sabor é praticamente o mesmo.
No entanto, quem estiver ansioso para grelhar seu filezinho hi-tech terá que esperar um pouco mais, ou desembolsar quase R$ 30 mil por meio quilo do produto.
É que, por enquanto, o custo de produção ainda é altíssimo. A expectativa é que até 2021 a carne sustentável chegue aos supermercados com um preço bem similar à tradicional.
A reprodução de carne em laboratório é um gigantesco avanço tecnológico. Pode resolver problemas de fornecimento no futuro, ajudar a recuperar o meio-ambiente (a produção de animais para abate polui mais que toda frota de veículos do planeta) e agregar mais nutrientes às nossas refeições diárias.
Fonte: Exame
Imagem: Memphis Meat/Instagram