Enquanto estiver lendo isto, você está olhando para a tela de um computador, um smartphone, ou um tablet. Você acha que viu tudo que há para ver. Mas e se este não for o caso? Seria possível que somente vemos relances da realidade?
Um cientista cognitivo apresentou uma teoria intrigante, sugerindo que vivemos numa prisão conceitual e somente vemos relances da realidade. Isto significaria que a realidade, tal como a percebemos, pode somente ser uma pequena fração da verdadeira existência.
Quanto da realidade nós percebemos?
Há alguns cientistas, como o Dr. Joe Dispenza, D.C que dizem que nossos pensamentos criam a nossa realidade.
O Dr. Dispenza, que é um neurocientista e escritor de vários livros, como por exemplo, Evolve Your Brain: The Science of Changing Your Mind (Evolua Seu Cérebro: A Ciência de Mudar Sua Mente – título em trad. livre), disse que ele, durante sua pesquisa em remissões espontâneas, descobriu e continuamente vê similaridades em pessoas que têm passado pelas assim chamadas curas milagrosas – mostrando que elas realmente mudaram suas mentes, o que então mudou seus estados de saúde. Em outras palavras, o que você pensa afeta sua saúde.
Recentes estudos em neurociência mostraram que podemos mudar nosso cérebro somente pelo pensamento.
Mude a realidade
O quanto vemos da nossa realidade?
O conceito é interessante, mas o que acontece se não percebemos tudo de nossa assim chamada, realidade?
Pesquisadores da Universidade de Amsterdã sugerem que aquilo que você vê não é real – é uma ilusão visual.
As descobertas sugerem que, embora nossa visão periférica seja menos aguçada e detalhada do que aquilo que vemos no centro do campo visual, podemos notar uma diferença qualitativa, porque nosso sistema de processamento visual na verdade preenche aquilo que vemos na periferia.
O pesquisador de psicologia, Marte Otten, da Universidade de Amsterdã, disse:
Nossas descobertas mostram que, sob circunstâncias corretas, grande parte da periferia pode se tornar uma ilusão visual.
O que é uma Prisão Conceitual?
O cientista cognitivo Donald Hoffman, da Universidade da Califórnia, despendeu 30 anos tentando desvendar o mistério de nossa percepção. Ele está convencido que a evolução e a mecânica quântica conspiram para tornar a realidade objetiva uma ilusão.
Hoffman usa a teoria do jogo evolucionário para mostrar que a nossa percepção da realidade é uma ilusão. Ele disse:
A evolução tem nos moldado com percepções que nos permitem sobreviver. Mas parte disso envolve esconder de nós as coisas que não precisamos saber. E isso é praticamente toda a realidade, seja lá o que a realidade possa ser.
A evolução não diz respeito à verdade, ela diz respeito a gerar crianças. Todo pequeno pedaço de informação que você processa tem um custo em calorias, o que significa que precisaria mais alimentos para matar e comer. Assim, um organismo que vê toda a realidade nunca seria mais apto do que aquele que vê somente o que precisa para sobreviver.
Hoffman diz que se tornou interessado no assunto da realidade quando era adolescente. Ele queria descobrir se os humanos eram máquinas, e finalmente na década de 1980 ele foi a um laboratório de inteligência artificial na MIT e trabalhou numa máquina de percepção. Lá, ele desenvolveu a teoria dos agentes conscientes para resolver o problema de combinação da consciência, tanto para combinação de assuntos, quanto de experiências, mas Hoffman acha que não somos máquinas. Ele disse:
O mistério de como a atividade cerebral causa as experiências do consciente ainda não foi resolvido, e nunca será, porque a atividade do cérebro não causa e nem pode causar as experiências do consciente. Se quisermos ter uma compreensão científica da consciência, e das muitas bem documentadas relações entre a atividade cerebral e as experiências do consciente, então não podemos começar com a atividade cerebral ou com a dinâmica física de qualquer tipo. Devemos começar com uma fundação nova, porém rigorosa. Proponho uma nova fundação que modela a consciência como redes de agentes do consciente, as quais interagem.
Segundo Hoffman, não há razão para acreditar que os objetos que vemos tenham quaisquer relação com coisas que existem fora de nossas mentes. Ele explica:
A concepção padrão da visão é que somos similares às câmeras, obtendo uma imagem da luz refletida de um objeto. Mas bilhões de neurônios e trilhões de sinapses estão envolvidas entre a luz atingindo a retina e a construção dos objetos 3D que percebemos.
Nosso sistema de percepção é nossa janela para o mundo, mas é também uma prisão conceitual. É difícil conceber uma realidade fora do espaço e tempo. Mas a matemática pode abrir uma rachadura nas paredes da prisão. Não posso imaginar um espaço multidimensional, mas posso encarar o espaço dimensional infinito em formato matemático.
Hoffman diz que há duas inconsistências em nossa visão do Universo derivada da percepção, o que pode oferecer pistas na estrutura da realidade abaixo dela. A primeira delas é nossa habilidade de explicar a experiência consciente, por exemplo, como conseguimos a sensação de como é experimentar o gosto de chocolate, a partir do material físico dos neurônios e mensageiros químicos. A segunda é as interpretações da mecânica quântica, as quais os estados de um partícula são indefinidos quando não observados – algo que levanta a questão de nossa suposição de que os objetos continuam a existir quando ninguém está olhando para eles.
Seria nossa realidade uma simulação computacional criada por uma forma de vida avançada, desconhecida?
Mais e mais cientistas estão seriamente discutindo a natureza de nossa realidade. A teoria do Universo Holográfico está se tornando muito popular.
Um cientista sugere que nossa realidade seja um holograma controlado por um gênio do mal.
Estariam os criadores nos vigiando neste momento?
Um cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA diz que nosso criador é um programador cósmico de computador, e há ainda pesquisadores que dizem ter encontrado evidência de que o Universo é um grande holograma em 2D e que somos uma ilusão.
Todas essas teorias são provocantes e muitos estudos devem ser conduzidos antes que quaisquer conclusões possam ser alcançadas.
Talvez agora realmente não importa se chamamos nosso mundo uma prisão conceitual ou um holograma. O que interessa é que ainda não podemos determinar o quanto da realidade percebemos, e muitos diriam que nem mesmo podemos definir o termo “realidade”.
Será por isto que algumas pessoas têm mais facilidade de testemunhar eventos anômalos, tais como avistamentos de OVNIs, enquanto outras estão fechadas na “normalidade” de seus mundos?