Obra foi encontrada perto do templo do faraó, na parte este do Cairo
Arqueólogos alemães e egípcios encontraram o que acreditam ser uma estátua de oito metros do faraó Ramsés II, que governou o Egito há mais de 3000 anos. O achado foi feito numa zona pobre do Cairo, debaixo de água.
A descoberta foi considerada pelo ministro das Antiguidades, Khaled al-Anani, como uma das mais importantes de sempre. “Ligaram-me na última terça-feira para anunciar a grande descoberta de um colosso, muito provavelmente de Ramsés II, feito de quartzito”, disse.
A estátua foi encontrada perto das ruínas do templo de Ramsés II, na antiga cidade de Heliópolis, localizada na parte este do Cairo. O faraó, também conhecido por Ozymandias ou Ramsés O Grande, governou durante 66 anos, de 1278 AC até 1213 AC, diz o The Guardian.
Foi o terceiro faraó da 19.ª dinastia egípcia e expandiu o império até à Síria, no este, até ao que é agora a parte norte do Sudão, a Sul.
“Encontrámos o busto da estátua e parte de baixo da cabeça. Ao remover a cabeça encontrámos a coroa e a orelha direita, juntamente com um pedaço do olho direito”, acrescentou al-Anani.
A expedição conjunta entre alemães e egípcios encontrou também a parte superior de uma estátua de tamanho real, feita de calcário, do faraó Seti II, neto de Ramsés II, com cerca de 80 centímetros.
Ramsés II construiu o templo do sol em Heliópolis, o que ajuda a credibilizar a descoberta, afirmam os arqueólogos.
De acordo com Dietrich Raue, líder da expedição alemã, os egípcios acreditavam que Heliópolis era a casa do Deus Sol. “O Deus Sol criou o mundo em Heliópolis”, afirmou, explicando as crenças dos antigos egípcios.
“Isso significa que tudo teria de ser construído aqui. Estátuas, templos, tudo. Mas o faraó nunca viveu perto do local, porque era a morada do Deus Sol”, acrescentou.
A descoberta pode ser bastante positiva para a indústria do turismo no Egito, que tem sofrido uma queda. Por exemplo, o número de turistas caiu de 14.7 milhões, em 2010, para 9.8, em 2011. Uma das razões foi o aumento da instabilidade política que levou à queda de Hosni Mubarak, em 2011, e que continuou depois da transição, outra o aumento do número de atentados terroristas. Mesmo assim, o turismo continua a ser uma fonte vital de dinheiro estrangeiro.