De agentes patogênicos “zumbis” que estavam congelados no gelo por séculos, a proliferação do mosquito Aedes aegypti: são muitos os desafios da saúde pública relacionados com o aquecimento global.
Além do derretimento das calotas polares e da mudança climática, o fenômeno está provocando o aumento de doenças graves, algumas delas já são velhas conhecidas, enquanto outras representam novos dilemas para a ciência.
Em julho de 2016, mais de 2 mil renas morreram após um surto de antraz na Sibéria, que teve sua origem a partir de um cadáver da espécie que veio à superfície quando o gelo derreteu. Algo parecido ocorreu em 2015, quando foi encontrado um patógeno congelado, também na Sibéria, que continuava infeccioso após 30 mil anos, embora se acreditasse que ele tinha sido extinto.
O vírus da zika é outro grande desafio do século XXI para vários países, entre eles o Brasil. Quando o mosquito transmissor pica as mulheres grávidas, ele pode passar o vírus da zika, doença que pode provocar microcefalia congênita (bebês nascem com a doença) ou até mesmo abortos espontâneos. Além disso, o crescimento das áreas secas no planeta e a necessidade armazenar a água da chuva ajudaria na propagação do Aedes aegypti – mosquito vetor da zika, dengue e do chikungunya. O inseto é mais comum nos trópicos, especialmente na América Central e do Sul, sudeste da Ásia e partes da África.
Outra situação alarmante são as crescentes inundações e a elevação da média de temperatura, que influem no aumento da incidência de enfermidades como a cólera, doença que provoca diarreia mortal e que é transmitida principalmente pelo consumo de água contaminada. Os locais onde há falta de saneamento básico são mais vulneráveis. O aumento futuro da seca também poderá fazer com que os acúmulos de água concentrem bactérias dessa doença.
Fonte: Super Curioso