O robô Curiosity, da NASA, voltou às manchetes por um motivo pouco discutido: seu trajeto pode contaminar eventuais “rios de água” existentes no solo.
Ocorre que, a alguns quilômetros da rota estabelecida para que o robô chegue ao seu próximo destino, o monte Eolis, estão algumas “listras escuras”, que seriam indícios de possíveis ocorrências de água líquida.
O robô Curiosity completou quatro anos explorando a superfície de Marte no último dia 6 de agosto.
Apesar de o Curiosity ter passado por procedimentos de esterilização e limpeza, é impossível garantir a eliminação de 100% das bactérias. Por isso, há o temor de que organismos mais resistentes possam ter viajado com o robô e contaminem as eventuais águas de Marte.
A descoberta das listras fundas e mais escuras na superfície do planeta vermelho colocou em debate algumas regulamentações para a exploração.
Um acordo internacional – Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas, de 1967 – exige que todos os veículos robóticos sejam obrigados a evitar “pontos quentes”, ou seja, locais onde existam condições, mesmo que só teóricas, da presença de vida fora da terra – e a água em estado líquido é o grande indicador dessa possibilidade de vida.
A NASA ainda está decidindo se a distância entre as listras e o trajeto do Curiosity apresenta efetivamente riscos muito altos de uma possível contaminação. Enquanto isso, caminhos alternativos estão sendo estudados.