A região da Sibéria, na Rússia, conhecida por seu clima glacial, registrou altas temperaturas no último verão e também uma ameaça mortífera.
O calor de até 35ºC provocou o derretimento do gelo e despertou um terrível medo: o antraz.
O governo russo foi obrigado a declarar quarentena em amplas áreas do país, depois que mais de 2.500 renas e 5 pessoas morreram infectadas com a bactéria, que estava adormecida nos cadáveres de animais congelados há mais de 50 anos.
Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica foram mobilizadas na região para analisar o solo e prevenir futuros contágios. Alguns especialistas advertem que a ameaça continua presente em vários corpos enterrados na neve. No caso de persistência de altas temperaturas, a ameaça do antraz pode atingir uma escala global.
O antraz, conhecido por seu uso como arma biológica, é letal para os seres humanos. O contágio é feito pela ingestão ou inalação e, em 85% casos, provoca a morte por choque séptico – o resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo rapidamente.
Estudos demonstraram que a bactéria é capaz de sobreviver por mais de 100 anos se conservada em baixas temperaturas. Por isso, a comunidade científica está em alerta: o aquecimento global poderá causar novos surtos.