O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou, nesta quarta-feira (13), nova etapa do programa Start-Up Brasil, batizada de Start-Up Brasil 2.0. O secretário de Política de Informática do MCTI, Manoel Fonseca, anunciou investimentos totais de R$ 40 milhões – R$ 20 milhões para aceleração de cem empresas nascentes de base tecnológica, R$ 10 milhões em apoio a startups de hardware e R$ 10 milhões de incentivo ao nascimento de ideias inovadoras. Segundo Fonseca, os três editais devem sair em 60 dias.
“Priorizamos a continuidade desse programa vencedor”, afirmou. “Tivemos muita discussão para formatar esse novo modelo, que incorpora a figura da mentoria técnica. Ou seja, vamos aproximar das nossas startups a contribuição de mestres e doutores. A ideia é fazer a integração entre academia e empresa”, explicou o titular da Sepin.
As empresas candidatas a participar da principal chamada, responsável por selecionar as turmas 5 e 6 do Start-Up Brasil, devem ter, no máximo, quatro anos de existência. Após serem escolhidas, as startups precisam negociar sua adesão a uma das 12 aceleradoras qualificadas pelo último edital do programa. A aceleração tem duração estimada de até 12 meses para empresas de software e 18 meses para as companhias de hardware, com apoio a pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), apoio à modelagem de negócios, participação em atividades de capacitação e programas de acesso ao mercado.
O coordenador-geral de Serviços e Programas de Computador do MCTI, José Henrique Dieguez, ressaltou a importância do desenvolvimento de itens físicos de computação para a nova etapa do programa. “Nós já temos empresas de hardware sendo beneficiadas e aceleradoras com ‘pegada’ de hardware, mas queremos dar apoio integral a partir de agora”, apontou. “Trabalhar com hardware significa dizer que você tem etapas mais complexas e que demoram mais e necessitam de mais investimento por conta disso.”
A segunda iniciativa prevê apoio adicional às startups de hardware. O auxílio complementa necessidades de PD&I e engenharia, tais como prototipagem, desenvolvimento de pré-produtos e testes – atividades reconhecidamente mais densas e complexas, que geralmente exigem mais tempo de maturação.
Já a terceira vertente estimula o surgimento de empreendedores em tecnologias da informação e comunicação (TICs), por meio do apoio a ações de concepção, em conjunto com incubadoras de empresas. A linha deve oferecer atividades como competições locais e testes de conceito.
Aproximação
Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Hernan Chaimovich, o Start-Up Brasil 2.0 representa “um desafio de criação, articulação e catálise”, ao aproveitar de forma “racional, inteligente e criativa” o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) no diálogo entre empresas e universidades.
“A legislação permite, por um lado, perder o medo de investimento público em empresa privada e, por outro, a liberdade para o pesquisador do sistema público desenvolver no sistema privado sem perder a sua natureza”, disse.
O presidente da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Ruben Delgado, lembrou que as três primeiras turmas de startups do programa receberam R$ 27 milhões de investimento público e R$ 89,7 milhões de origem privada: “Não há como não ficar honrado quando você vê que, a cada real da iniciativa pública, a iniciativa privada colocou R$ 3,30. É um número fantástico. Não há programa de governo com essa efetividade, tão exitoso e que tenha tanta credibilidade a ponto de a indústria somar essa quantia”, afirmou.
Criado pelo MCTI, o Start-Up Brasil é um programa do governo federal com gestão operacional da Softex, em busca de agregar um conjunto de atores e instituições em favor do empreendedorismo de base tecnológica. As chamadas nacionais e internacionais ocorrem pelo CNPq e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), respectivamente. Desde 2012, a iniciativa apoiou 183 empresas, distribuídas em quatro turmas, oriundas de 17 estados e 13 países. A ação integra o Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI Maior).
Fonte: MCTI