Cientistas descobriram o quasar mais brilhante, formado no início do universo, alimentado por um buraco negro mais maciço ainda conhecido na época. A equipe internacional liderada por astrônomos da Universidade de Pequim, da China e da Universidade do Arizona anunciaram suas descobertas na revista científica Nature em 26 de fevereiro.
A descoberta deste quasar, chamado SDSS J0100 + 2802, marca um passo importante na compreensão de como os quasares, os objetos mais poderosos do universo, têm evoluído desde a mais tenra época, apenas 900 milhões de anos após o Big Bang, que aconteceu há 13,7 bilhões de anos. O quasar, com a sua massa do buraco negro central de 12 bilhões de massas solares e a luminosidade de 420.000.000 milhões de sóis, está a uma distância de 12,8 bilhões de anos-luz da Terra.
A descoberta deste quasar ultraluminoso também apresenta um grande quebra-cabeça para a teoria do crescimento de buracos negros nos primórdios do universo, de acordo com Xiaohui Fan, Professor Regente de Astronomia no Observatório Steward da UA, que é co-autor do estudo.
“Como pode um quasar tão luminoso, e um buraco negro tão grande, se formarem tão cedo na história do universo, em uma época logo após as primeiras estrelas e galáxias ter acabado de surgir?” pergunta Fan. “E qual é a relação entre este monstruoso buraco negro e seu ambiente circundante, incluindo a sua galáxia hóspede?
É impossível imaginar seu tamanho, e sua existência desafia a ciência, mas existe uma massa cósmica equivalente a 12 bilhões de sóis. Trata-se de um buraco negro supermassivo, que se formou quando o Universo tinha apenas 6% de sua idade atual e estava no centro de um quasar superluminoso, que, por sua vez, é considerado o objeto mais brilhoso já observado.
“Em comparação, a nossa própria Via Láctea tem um buraco negro com uma massa de apenas 4 milhões de massas solares em seu centro, o buraco negro que alimenta este novo quasar é 3.000 vezes mais pesado”, disse Fan.
Segundo artigo publicado pela revista Nature, a descoberta de um buraco negro supermassivo dessa magnitude no Universo primitivo é algo completamente inexplicável. Nenhuma teoria concebida até a data de hoje consegue esclarecer como um buraco negro pôde crescer tanto em tão pouco tempo. Por isso, seu descobridor, Xue-Bing Wu, da Universidade de Pequim, o chamou de “O Monstro”. Ele o encontrou depois de observar um quasar ultraluminoso (que emite um trilhão de vezes mais energia que o Sol) e cujo buraco negro central parecia ter um tamanho desproporcional.
Os pesquisadores terão que encontrar motivos, dentro de uma teoria, para explicar a existência desse buraco negro, e concluir se é um fenômeno isolado ou se, pelo contrário, existem mais buracos negros descomunais no princípio do Universo.
Fonte: ABC, Nature, Science Daily