Há alguns anos, os cientistas descobriram que certas mudanças químicas no nosso DNA que se acumulam ao longo do tempo, podem ser usadas para prever a nossa idade. Agora, indo um pouco mais longe, os pesquisadores descobriram que a diferença entre esta idade estimada e nossa real idade, cronológica, pode ser usada como uma espécie de “relógio” para prever o nosso tempo de vida. Infelizmente, mesmo depois de tomar uma variedade de diferentes fatores em consideração, os pesquisadores descobriram que se uma pessoa tem uma idade estimada maior do que sua idade cronológica, então ela está propensa a morrer mais cedo do que os indivíduos cujas idades são semelhantes.
A chave para determinar a popular “idade biológica” seria por meio da metilação do DNA. Sabe-se que o grau de metilação do DNA muda com a idade e que seus níveis podem ser influenciados pelo estilo de vida e fatores ambientais e genéticos. O tabagismo e estresse agudo, por exemplo, têm determinado alterações na metilação do DNA.
Para descobrir se a metilação do DNA está ligada ao tempo de vida de um indivíduo, cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, em colaboração com pesquisadores da Austrália e os EUA, analisaram dados de quatro estudos independentes realizados com quase 5 mil pessoas por um período de até 14 anos.
De acordo com o que foi publicado na Genome Biology, os pesquisadores descobriram que uma idade de metilação do DNA cinco anos mais elevada do que a idade cronológica resulta em um risco 21% mais elevado de mortalidade, por todas as causas, mesmo levando-se em conta a idade e sexo. No entanto, se os pesquisadores levarem em conta uma variedade de outros fatores ambientais e de estilo de vida, como a educação, tabagismo, diabetes, doenças cardiovasculares e classe social, o risco de mortalidade é reduzido para 16%.
Embora este estudo sugira que existe uma relação entre o “relógio biológico” e a mortalidade, outros estudos são necessários para esclarecer quais fatores ambientais específicos, genéticos ou de estilo de vida de influenciam na idade biológica de uma pessoa.
Fonte: IFL Science, Genome Biology, Universidade de Edimburgo