O Partido Pirata Internacional (PPI), a organização que reúne dezenas de partidos piratas em todo o mundo (quase 90 países), foi admitido como membro observador da Organização Mundial do Comércio.
O PPI vai participar de uma série de grandes debates internacionais durante a próxima conferência em Bali, no mês que vem.
A decisão da OMC é um grande avanço para a organização política, que espera influenciar a tomada de decisões sobre as principais questões relacionadas a direitos autorais e privacidade na Internet.
Após o lançamento do primeiro Partido Pirata na Suécia, em 2007, o movimento pirata rapidamente se espalhou por todo o mundo, e vem tendo sucessos eleitorais.
Durante as eleições alemãs no início deste ano quase um milhão de pessoas votaram no Partido Pirata; na Islândia o parlamento nacional tem três deputados piratas e a filial sueca dos piratas atualmente tem dois assentos no Parlamento Europeu.
Para coordenar a agenda internacional pirata, foi fundado o PPI em 2010. A organização representa, atualmente, os interesses de quase 90 partidos em todo o mundo, da China ao Chile e inclusive no Brasil, onde o Partido Pirata está em avançado processo de legalização.
Um dos objetivos da organização é facilitar a operação internacional com outras organizações globais, para monitorar e influenciar a agenda política.
Esta semana o PPI deu um grande passo em direção a essa meta, ao obter o estatuto de observador para a próxima reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali.
O Secretariado da OMC aprovou o pedido da organização do Partido Pirata Internacional, o que significa que ele pode participar de conferências e reuniões da OMC relacionadas. O estatuto de observador também permite ao PPI apresentar documentos que serão distribuídos entre os membros da OMC.
O PPI teve negado pedido semelhante feito à Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), depois de vários Estados-Membros, incluindo os Estados Unidos, se oporem à sua participação.
Gregory Engels, co-presidente do PPI, disse que já enviou um novo pedido à OMPI e ele espera que os recentes desenvolvimentos ajudem o grupo a ser aceito também lá.
“Um dos pontos de crítica da OMPI era que o PPI não tinha conhecimento de quaisquer cooperações existentes entre os organismos das Nações Unidas e as organizações políticas internacionais. Ao ser admitido na reunião da OMC, criamos um tal precedente. Este é definitivamente um abridor de portas para nós “, disse Engels ao TorrentFreak.
Além da OMC e da OMPI, o Partido Pirata Internacional espera se juntar a várias outras organizações das Nações Unidas para elevar seu perfil. O status de observador da OMC é definitivamente um avanço, mas também apenas o começo.
“No geral, eu acho que precisamos de mais conexões com outros atores globais internacionais – ONGs e universidades. Ao ser admitido na OMC, temos a oportunidade de aprofundar essas relações e ganhar visibilidade “, diz Engels.
“Considero a conferência da OMC uma honra para nós no campo de lobby internacional e um abridor de portas para uma participação mais internacional”, conclui.
fonte: Torrent Freak