Partidos piratas se unem na Europa para disputar eleições em nível europeu; no Brasil, os piratas pretendem se formalizar neste ano de olho em 2014
SÃO PAULO – Partidos piratas de todo o mundo se reuniram em Praga, na República Checa, para sua conferência anual e decidiram direcionar esforços para disputar cargos para o Parlamento Europeu em 2014 com um partido único.
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Durante a reunião, entre os dias 14 e 15, o destaque ficou para o Partido Pirata Alemão, um dos primeiros a se formar, com mais de 25 mil afiliados. Em uma pesquisa eleitoral recente, ele teve 13% das intenções de voto.
O site do semanário alemão Spiegel diz que o Partido Pirata tem tomado a fatia que antes era do Partido Verde de lá, usual referência para os jovens. “Agora parece que o novo Partido ‘internet livre’ Pirata está em um caminho ainda mais rápido para o sucesso nacional”, diz a revista.
Além da Alemanha, também foram eleitos piratas na Suécia, Áustria, Suíça, Catalunha (Espanha) e República Checa. Os pequenos partidos recém-nascidos também foram reverenciados na conferência pela da rápida ascensão, como no caso grego. “Os piratas gregos estão com 1% nas pesquisas, apenas três meses depois de fundar o partido”, disse o fundador do pioneiro Partido Pirata Sueco, Rick Falkvinge, no encontro.
Os piratas se veem como uma boa oportunidade política em meio ao que chamam de uma crise de representatividade na Europa, tese embasada nos movimentos de 2011, como o dos Indignados espanhóis. “Algumas pessoas dizem que os partidos piratas são a última esperança para a democracia representativa recuperar legitimidade sobre a próxima geração”, disse Falkvinge ao Link por e-mail. “Acho que esta afirmação não tem um grão de mentira.”
O PPI coletou assinaturas de 19 partidos para criar um partido único que vai disputar as eleições em nível europeu. A lista continua aberta a novas adesões.
Entre os signatários está Amelia Andersdotter, uma das poucas piratas com cadeira no parlamento da União Europeia. Para a sueca, a via legislativa é o caminho mais viável para emplacar temas que importam à internet.
“Propostas de lei como a Cispa, Sopa e Pipa claramente mostram que os legisladores dos EUA estão tentando limitar a liberdade. Nessas circunstâncias, o que podemos e temos de fazer é entrar no Legislativo e debater também”, disse ela ao Link.
Assinado no início do ano por países da Europa, o Acta é visto como principal inimigo político pelos piratas. “O Acordo vive ou morre no Parlamento Europeu”, diz Falkvinge. “O Cispa é ruim também, mas eu vejo os Estados Unidos evitando tempos turbulentos pela frente, pois eles já foram longe demais no desmantelamento de liberdades civis.”
fonte: Link Estadão