Post do cartunista Latuff feito hoje (13/10) no Facebook. Compartilho de sua posição e por isso reproduzo aqui no Nerdices para reflexão de todos os nerds – até daqueles que não pegam ninguém kkkkkkk #brinks
É comum encontrar pela internet vídeos de pessoas que gostam de filmar suas aventuras sexuais. Casais de namorados, maridos, esposas, amantes, sexo casual, tudo registrado e devidamente publicado em sites eróticos. Até aí, nenhum problema. Um casal que tenha a fantasia de se exibir para internautas pode fazê-lo com segurança, sem mostrar rostos ou nada que possa identificá-los. Mas é comum também, infelizmente, usar o que poderia ser o exercício salutar de uma fantasia como arma de difamação.
São inúmeros os casos de casais que, por conta de uma traição, expõem seus parceiros ou parceiras a execração pública, uma espécie de vingança video-sexual, ou mesmo exibir a parceira pelo simples prazer machista, acenando para a câmera com ar de vitória por fazer sexo com uma mulher atraente, ou ainda apresenta-la como uma vagabunda pelo fato de se permitir filmar. Quando a mulher decide transar com dois homens, parece então que a humilhação é ainda maior.
A impressão é que os homens estão mais interessados em exibir seus “troféus” do que proporcionar as mulheres uma experiência saborosa.
O recente caso da jovem “Fran” que foi filmada pelo parceiro é mais um destes incidentes. O vídeo é curto, menos de 1 minuto, e mostra a bela jovem praticando sexo oral e sugerindo sexo anal. Nada de absurdo, um diálogo perfeitamente normal entre duas pessoas na cama transando.
Se o vídeo “vazou” por algum motivo ou foi deliberadamente publicado na Internet, uma coisa é importante ressaltar. Porque o caráter dessa jovem foi posto em cheque pelo simples fato dela ter sido filmada praticando sexo? O que ela fez de errado? Ela se sentiu a vontade em ser filmada porque afinal era seu parceiro. Fez mal em confessar suas vontades?
Não, “Fran” nada fez de errado. Se há algo a ser condenado nessa história é a atitude do parceiro, caso ele tenha divulgado publicamente esse video, e a reação machista e abjeta dos internautas atacando a moral da jovem. Isso me faz pensar que, se queremos honestamente estabelecer uma sociedade melhor e mais justa, temos que, impreterivelmente, lutar contra a moléstia do machismo.
fonte: Latuff