Todo ano a Apple lança um novo modelo de iPhone melhor e mais rápido. Pouco antes de um novo iPhone ser lançado, o que você já comprou costuma estar cada vez mais lento. Isso seria uma coincidência ou uma conspiração?
Produtos da Apple são anunciados e vendidos em ciclos, geralmente um novo modelo por ano para cada produto da marca. A maioria das pessoas gostaria de trocar de celular a cada dois ou três anos. Então, como a empresa faz para que os clientes resolvam trocar de celular mais cedo?
O Marketing e a publicidade ajudam bastante. Mas há quem diga que existe também um motivo obscuro para isso. Algumas pessoas cogitam a possibilidade da Apple induzir a comprar de novos produtos da marca ao tornar os seus aparelhos antigos inúteis.
De acordo com alguns viciados em celulares, os aparelhos da Apple são projetados para vender por pouco tempo e para se tornarem lentos quando novos modelos são lançados.
Obsolescência programada
A especulação sobre obsolência programada já existe há anos. E foi intensificada com um artigo de Catherine Rampell para o New York Times em 2013, em que a autora narra um caso em que seu celular se tornou extremamente lento justo quando outro modelo foi lançado. Ao procurar a assistência, descobriu que o conserto do celular ficaria mais caro do que adquirir um modelo novo.
A princípio, achei que fosse minha imaginação. Por volta do lançamento do iPhone 5s e do 5C, em setembro, notei que meu triste iPhone 4 ficava cada vez mais lento. A bateria também acabava muito mais rápido. E o mesmo parecia ocorrer com um monte de gente que, como eu, continuava a usar os produtos da Apple. Quando liguei para os técnicos, eles disseram que o novo sistema operacional (iOS 7) que estava disponível para os antigos usuários tornava modelos anteriores do iPhone insuportavelmente lentos. As baterias dos celulares da Apple, que têm um número finito de cargas, eram gastas pelo novo software. Me foi dada a opção de pagar US$ 80 dólares para trocar a bateria do meu celular antigo, ou gastar US$ 20 a mais para comprar um iPhone 5C. Parecia que a Apple me mandava uma mensagem não muito sutil para trocar o meu celular.
Mas esse não foi o único relato. Cinco anos antes, a Apple havia lançado o iOS 4, que oferecia novas funções como multitarefa e foco da câmera por toque. O que acabou tornando o iPhone 3G , um modelo muito popular que vendeu mais de um milhão de unidades só na semana de lançamento, obsoleto. Adam Frucci, do Gizmodo EUA, descreveu a situação pela qual passou:
Digitar se tornou quase impossível com o meu celular. A primeira letra que eu aperto levanta e assim fica, mesmo que eu continue a digitar. Depois de um tempo o restante das letras aparece, mas sem o retorno de que estou apertando os botões certos, o que, inevitavelmente, gera erros. Além disso, abrir aplicativos básicos ficou muito mais lento e o travamento deles também se tornou algo frequente. Tive que tentar três vezes abrir o painel de configurações depois da instalação, por exemplo. Carregar o álbum de fotos pode demorar até 10 segundos. Atualizar o Instapaper leva o dobro do tempo que costumava levar. Ocorre uma pausa toda vez que aperto o botão Home de dentro de um aplicativo, e quando ele finalmente fecha, a animação dos aplicativos retornando é estranha.
Além disso, evidências apontam que quando o iOS 7 foi lançado em 2013, muitos usuários acreditavam que seus celulares funcionavam melhor antes da atualização. Já quando o iOS 8 foi lançado, usuários documentaram como seus celulares eram mais rápidos com o iOS 7.
Um artigo do New York Times publicado em 2014 mostra que buscas no Google para “iphone lento” aumentam todo o ano, justamente quando a atualização destes dispositivos é realizada. Como pode ser observado no Google Trends, que aponta os picos dessas buscas:
Apesar das evidências, muita gente não concorda e defende a empresa. Rene Ritchie, editor do site iMore, repudiou as suspeitas de uma possível obsolescência planejada no iPhone, chamando-as de “sensacionalistas”, e dizendo que se tratava de uma campanha de “desinformação” feita por desinformados.
Os dois argumentos mais utilizados são que quebrar os iPhones de proposito é arriscado e faz perder clientes, e a lentidão é inevitável quando se continua a adicionar novas funções.
Christopher Mims afirmou que “Existe uma maneira de evitar obsolescência programada, você acreditando que ela seja intencional ou não. Uso produtos da Apple há cerca de 25 anos. E uma das primeiras coisas que aprendi foi: exceto por atualizações pequenas, não atualize o sistema operacional do hardware que você está usando”.
Sou um feliz proprietário de um Iphone 4S e não penso em mudar de aparelho ainda. A bateria segura 36 horas de carga com uso moderado (muito WhatsApp e poucas ligações) e 20 horas com uso extremo. Todos os aplicativos que me interessam funcionam. E ele é tão veloz quanto sempre foi.
Tenho até medo de pegar um mais novo e me arrepender.
Blz. Agora me diz o que hoje em dia não tem obsolência programada?