O Brasil ganhará um novo partido. O Partido Pirata, sucesso na Europa, ganhará sua versão tupiniquim, o Partido Pirata do Brasil (PPBr). Defendendo ideais como o da horizontalidade na política tal qual na internet e opondo-se às leis de copyright e patentes, os Piratas atracam no Recife, onde acontecerá sua Convenção Nacional de fundação, no próximo sábado (28).
O fundador do primeiro partido pirata também estará presente. Quando, em meados de 2006, o sueco Rick Falkvinge surgiu com a ideia de fundar o Partido Pirata, pouca gente acreditou no futuro da sigla. Mas hoje os Piratas já são uma realidade em 26 países, dos quais 19 são do continente europeu, onde eles mostram maior crescimento. Na Alemanha os Piratas já elegeram 45 deputados estaduais e 163 vereadores, tendo o apoio de cerca de 10% dos alemães. Na Islândia, o prefeito da capital também é pirata e o partido já conquista suas primeiras cadeiras no importante Parlamento Europeu.
O movimento pirata atracou no Brasil em 2007, uma ano após sua fundação na Suécia. Em 2008, alguns pernambucanos começaram a aderir os ideiais piratas. Os membros se comunicam, desde lá, através da internet. A Worl Wide Web é o principal meio de atuação do movimento. A rede internacional de computadores possibilita um sistema horizontal de comunicação, onde todos têm a mesma voz. O princípio da horizontalidade norteia os ideais dos Piratas, que também defendem a descriminalização da pirataria.
Apesar de haver Partidos Piratas espalhados pelo mundo, eles são independentes entre si. A constituição brasileira não permite influência de instituições internacionais em partidos nacionais. Mas os piratas defendem um mesmo conjunto de ideias. O partido funciona de forma colaborativa, de modo que qualquer pessoa – mesmo não filiada -pode participar de discussões e influenciar nas decisões da legenda.
O intuito é colocar-se como um partido defensor dos direitos da população desde a construção de seu estatuto, que foi aberto para quem quisesse alterar o texto, exigindo apenas um cadastro. Mas a ferramenta utilizada, um tipo de rede social, tem suas ferramentas de segurança para impedir que pessoas mal-intencionadas prejudiquem o debate interno. Na Europa o voto das camadas mais jovens da população é a chave para o sucesso do “Pirate Party”. Por meio da internet e dando maior poder de influência às pessoas, os Piratas conseguem tornar a política um assunto mais interessante para os internautas jovens e adolescentes.
Dentre as ideias defendidas pelo movimento, está o fim das leis de copyright. Alexsandro Albuquerque, um dos primeiros piratas pernambucanos, alerta para não confundir o copiright com os direitos autorais.
“Os direitos autorais são os direitos de ser reconhecido como autor de uma obra. Não somos contra isso. Somos contra o copyright, que é o contrato assinado entre uma empresa da indústria cultural e o autor, para que a empresa comercialize a obra. Alguns autores acabam sendo impedidos de usar sua própria obra por conta do copyright”, lembra Alexsandro.
Fonte: http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/mobile/noticia/135077.php
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