Templo asteca é descoberto em plena capital mexicana. Foi encontrado também parte de um campo onde praticava-se o ritual do jogo de bola
Fonte: https://oglobo.globo.com/
Cidade do México – Os vestígios que podem ser vistos fazem supor que o templo, com o nome de Ehécatl-Quetzalcóatl, tinha dimensões monumentais — os pesquisadores estimam um tamanho de 34 metros de largura e quatro de altura. A menos de sete metros e em paralelo ao templo, estão os resquícios do campo do jogo de bola, que pode ter tido 50 metros de comprimento.
Ambos achados se somam a um impressionante acervo de vestígios descobertos na capital mexicana — e fazem parte de tesouros arqueológicos que provavelmente permanecem escondidos sob as ruas e construções do centro histórico da Cidade do México.
— Os achados que vemos representam uma nova abordagem ao esplendor da cidade pré-hispânica de Tenochtitlan — destacou a ministra da Cultura, María Cristina García, em entrevista coletiva.
María Cristina explicou que as estruturas “ocupavam um lugar preponderante na configuração da cidade azteca” e, em particular, da grande praça central da cidade.
As descobertas, partes do complexo arqueológico Templo Mayor, se situam no terreno do Hotel Catedral, destruído por um terremoto em 1985 e cujos donos pediram intervenção de especialistas após encontrarem vestígios arqueológicos.
JOGANDO PARA HERNÁN CORTÉS
Os pesquisadores estimam que a construção do templo, conhecido como “Casa do Vento” e que está orientado em direção ao oratório a Tláloc, deus da chuva, aconteceu entre 1486 e 1502.
Já o campo teve como primeiro espectador estrangeiro o conquistador Hernán Cortés, que foi convidado para a programação pelo último imperador asteca, Montezuma—conhecido como um jogador habitual deste antigo esporte.
— Inclusive, foram levados jogadores para a Espanha, para exibição. Quem os levou foi Hernán Cortés, em 1528, para que [o rei da Espanha] Carlos V pudesse presenciar um jogo de bola — destacou Raúl Barrera, coordenador arqueológico do complexo Templo Mayor.
Na área de rituais no campo, foi descoberto um pequeno poço com formato oval contendo 32 conjuntos de ossos cervicais, possivelmente resultado de decapitações no local.
Barrera explicou que, apesar de ser impossível determinar se os restos são de jogadores, o sacrifício estava diretamente relacionado ao jogo, provavelmente como forma de oferenda.
O local será transformado em um sítio-museu, somando-se a outros atrativos na região, como as ruínas do Templo Mayor localizados perto da Catedral Metropolitana e seu museu, onde é exibida a Pedra de Coyolxauhqui, uma peça escavada em homenagem à deusa da Lua e descoberta em meio à instalação de cabos subterrâneos.
Em 2015, autoridades mexicanas anunciaram também o descobrimento, na mesMa zona, de um tzompantli, uma plataforma com dezenas de crânios alinhados e que possivelmente são de pessoas decapitadas em cerimônias ou inimigos capturados pelo império asteca.