Em volta do nosso planeta, como uma capa protetora, está o campo magnético da Terra. Sem ele, a radiação solar teria acesso livre em no Planeta Azul – o que seria terrível para nós. O campo magnético não é constante, e apresenta mudanças com certa frequência, inclusive passando por inversões magnéticas, onde os pólos Sul e Norte trocam de lugar. E nada impede que isso aconteça novamente.
Durante essa inversão, é evidente que o campo magnético não será anulado, liberando toda a radição solar. No entanto, ela pode cair em até 10% e fazer com que existem múltiplos pólos ao mesmo tempo. Essas inversões ocorrem algumas vezes dentro de milhões de anos, em média. No entanto, esse intervalo de tempo é bastante irregular, e pode variar para mais ou para menos.
Também podem ocorrer inversões temporárias e incompletas, onde os pólos magnéticos se movem para fora dos pólos geográficos – algumas vezes até mesmo atravessando a Linha do Equador, para depois voltar a suas localizações originais. A última inversão total, a Brunhes-Matuyama, ocorreu há cerca de 780 mil anos atrás, enquanto o evento que é conhecido como Laschamp foi a última inversão temporária que registramos na Terra, e ocorreu há 41 mil anos.
O que ocorreria durante uma inversão dos pólos?
Os cientistas já sabem que a alteração no campo magnético durante uma inversão pode enfraquecer seu efeito de escudo, permitindo que níveis elevados de radiação atinjam a superfície da Terra. Falamos dos dias modernos, isso poderia fazer com que nossos satélites sofressem sérios danos, bem como aviões e infraestruturas elétricas. Nós conseguimos ter uma ideia do que poderia acontecer em situações extremas em 2003, quando uma tempestade causou blackouts na Suécia, afetando o funcionamento de aviões e causando problemas na comunicação.
Alguns estudos tentaram traçar uma ligação entre as inversões de pólos que já ocorreram na Terra e as extinções em massa – sugerindo que erupções vulcânicas poderiam ser provocadas pelas inversões. No entanto, não existe evidência de nenhuma cataclisma relacionado com esses fenômenos, e não é possível determinar o que aconteceria com a nossa espécie durante um episódio desse tipo.
Quando deve acontecer a próxima inversão?
Traçar previsões para esse tipo de fenômeno não é uma tarefa fácil – assim como ocorre para outros tipos de fenômenos.
Sabe-se que a cada 500 mil anos aproximadamente, os polos da Terra se invertem e isso não é novidade. Um recente estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores demonstrou que a que a última reversão magnética ocorreu há 786 mil anos e a reversão aconteceu muito mais rápido do que se supunha (em menos de 100 anos).
Entretanto, os cientistas estimam que nossas “configurações” atuais devem se manter como estão por pelo menos mais dois mil anos.
O campo magnético da terra está relacionado ao líquido interno do nosso planeta, e a maneira como ele se move é determinada pelas leis da física. Se um dia conseguirmos prever o “clima interno da Terra”, analisando esse movimento, nós poderíamos avançar no sentido de prever esses fenômenos.
Fontes: Businessinsider, Apolo11