Qual é a menor estrela já encontrada?

 

Apenas um pouco maior do que Saturno, a atração gravitacional na sua superfície é cerca de 300 vezes mais forte do que a que os humanos sentem na Terra: Essa é EBLM J0555-57Ab a menor estrela que encontramos até hoje.

A estrela é tão pequena quanto esses objetos podem ser, ou seja, de acordo com nosso conhecimento esse deve ser o menor tamanho possível para uma estrela, pois tem apenas massa suficiente para permitir a fusão de hidrogênio em hélio no seu núcleo. Se fosse um pouco menor, a pressão no seu centro não seria permitiria que este processo ocorresse, o que a desclassificaria como estrela.

O achado

Essas estrelas muito pequenas e fracas são boas candidatas para detectarmos planetas do tamanho da Terra que podem ter água líquida em suas superfícies, como TRAPPIST-1, uma anã ultrafria rodeada por sete mundos temperados do tamanho do nosso.

A estrela recentemente medida, chamada EBLM J0555-57Ab, está localizada a cerca de 600 anos-luz de distância. Ela faz parte de um sistema binário, e foi identificada conforme passava na frente de sua companheira muito maior. A estrela principal tornava-se mais fraca de forma periódica, a assinatura de uma companheira em órbita. Graças a esta configuração especial, os pesquisadores puderam medir com precisão a massa e o tamanho de ambas.

EBLM J0555-57Ab foi encontrada pela experiência científica WASP, administrada pelas Universidades britânicas de Keele, Warwick, Leicester e St Andrews.

 

Avanço importante

Esta estrela é menor e provavelmente mais fria do que muitos dos exoplanetas de gás gigantes até agora identificados. Apesar de parecer contraditório, muitas vezes é mais difícil medir o tamanho dessas estrelas de baixa massa do que de planetas maiores. Felizmente, os cientistas conseguem encontrá-las usando equipamentos de caça a planetas, quando elas orbitam uma estrela maior em um sistema binário.

A nova estrela tem uma massa comparável à estimativa atual para TRAPPIST-1, mas um raio quase 30% menor.

 

Se TRAPPIST-1 já é bem pequena em relação ao Sol, EBLM J0555-57Ab ainda é 30% menos que TRAPPIST.

 

Embora sejam as estrelas mais numerosas do universo, as com tamanhos e massas inferiores a 20% do nosso sol são mal compreendidas, uma vez que são difíceis de detectar devido a sua pequena dimensão e baixo brilho.

O projeto EBLM, responsável pela descoberta deste estudo, visa diminuir esse buraco no nosso conhecimento. “Graças ao projeto EBLM, conseguiremos uma compreensão muito maior dos planetas orbitando as estrelas mais comuns que existem, planetas como os que estão em órbita da TRAPPIST-1”, disse um dos coautores do estudo, Didier Queloz, da Universidade de Cambridge.

Fonte: Phys

Opine

comentários

Leia também

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.