Batagaika, como é conhecido o “Portão do Inferno”, emerge na floresta boreal da Sibéria à medida que o permafrost, um tipo de solo que está sempre congelado, derrete como consequência do aquecimento global, mas a primeira vista realmente parece ser um fenômeno natural. O processo desse buraco começou ainda em 1960, quando uma grande parte da floresta foi desmatada. Tal gesto desencadeou uma série de eventos geológicos catastróficos, como citamos acima.
A cratera crescia em média 10 metros por ano, porém, devido ao aquecimento global, o buraco está aumentando em média 30 metros por ano, segundo o estudo do Instituto Alfred Wegener em Potsdam, na Alemanha, que monitora o buraco já há algum tempo. Bom, as camadas de sedimentos expostas revelam algumas coisas do passado, do presente e do futuro. Tais camadas guardam resquícios de plantas e animais do passado, já que o solo é “congelado”, e mostram que lá foi uma área com uma densa floresta.
Além da cratera de Batagaika continuar a aumentar, por conta da temperatura que segue aumentando na Sibéria, outras mega crateras como essa podem começar a aparecer logo logo. Imagens feitas por satélites já mostram que existem dezenas de lagos formados no norte da Sibéria, todos por consequência dessa tal camada de gelo “permanente”.
É claro que esse não é um processo veloz que vai acabar com a região da Sibéria nos próximos anos, mas a longo prazo esse processo pode trazer sérias consequências, como acelerar o aquecimento. A medida que o degelo vai avançando, mais e mais carbono é exposto a micróbios, esses que consomem carbono e produzem dióxido de carbono e metano, gases que causam o efeito estufa.
Para vocês terem uma ideia, o gás metano pode acumular 72 vezes mais calor do que o dióxido de carbono em apenas 20 anos, isso sem falar que os gases liberados pelos micróbios na atmosfera aceleram ainda mais o aquecimento, como se fosse uma grande bola de neve.
“É o que chamamos de ‘feedback positivo’”, explica Frank Gunther, do Instituto Alfred Wegener. “O aquecimento acelera o aquecimento e, no futuro, poderemos ver mais estruturas como a cratera de Batagaika”, afirma o especialista.
Já conheciam a tal “Porta do Inferno”? Acham que esse pode ser o começo do fim do mundo? Comentem!