Ao trabalhar na necrópole de Tebas, num vasto conglomerado de túmulos antigos e templos mortuários da antiga cidade de Tebas, atual Luxor, no Egito, arqueólogos descobriram uma tumba antiga, na margem oeste do Nilo, feita à semelhança do túmulo mítico de Osíris.
Além disso, o túmulo de uma rainha egípcia até o momento desconhecida foi encontrado numa pirâmide na necrópole do Cairo.
Uma equipe de arqueólogos do Instituto Tcheco de Egiptologia descobriu o túmulo de uma rainha egípcia, que agora acreditam ser a esposa do faraó Neferefre, que governou há 4.500 anos.
O túmulo foi descoberto em Abu Sir, que é uma enorme necrópole construída nas proximidades da capital egípcia do Cairo. Lá, há várias pirâmides dedicadas a faraós da Quinta Dinastia do Império Antigo (2494 a 2345 aC), incluindo Neferefre.
O ministro das antiguidades egípcias, Mamdouh al-Damaty, disse que o nome da rainha foi identificado como Khentakawess III graças a inscrições nas paredes da tumba.
“Esta descoberta vai lançar luz sobre certos aspectos desconhecidos da Quinta Dinastia, que juntamente com a Quarta Dinastia, testemunhou a construção das primeiras pirâmides”, disse al-Damaty.
Além de identificá-la como “esposa do rei”, a inscrição também indicava que a rainha era “mãe do rei”, provavelmente referindo-se ao faraó Menkauhor Kaiu, o sétimo governante da Quinta Dinastia, que administrou a região durante 2422 a 2414 aC.
A parte alta da tumba consiste num “mastaba”, uma estrutura retangular de teto plano com os lados construídos em tijolo ou pedra, e uma capela, que originalmente tinha um par de portas falsas na parede oeste. A parte subterrânea da tumba consiste numa câmara funerária.
Outro túmulo misterioso foi encontrado em Abydos, uma das cidades mais antigas do Egito, na necrópole de Sheikh Abd el-Qurna, que contém a maior concentração de túmulos privados no complexo de Tebas.
Este é o lugar onde todos os sacerdotes e a nobreza egípcia foram enterrados durante o Império Novo, um período da história que durou do século 16 aC até o século 11 aC, governado pelas dinastias 18ª, 19ª e 20ª do Egito.
Parte do túmulo foi descoberto por Philippe Virey em 1887, mas nunca foi descrito. Assim, uma equipe de arqueólogos espanhóis e italianos liderados por María Álvarez Milagros Sosa do Projeto Min propuseram-se a escavar as múltiplas câmaras e poços este ano.
Relataram que a tumba foi modelada de acordo com o enorme túmulo de Osíris, um componente importante da antiga lenda egípcia. Os arqueólogos acreditam que remonta à 25ª dinastia do Egito (760-656 aC) ou à 26ª (672-525 aC), com base numa comparação com tumbas similares que contêm elementos parecidos. O exemplo mais famoso é o túmulo de Osíris, chamado de Osireon, embutido no complexo funerário de Seti I.
Osíris é o antigo Deus egípcio dos mortos, da vida após a morte e do submundo. É descrito geralmente com uma pele brilhante verde-esmeralda, barba de um faraó, coroa adornada por duas penas de avestruz e pernas enfaixadas como uma múmia.
O simbolismo de Osíris é muito evidente na tumba, uma vez que todos os elementos que lembram o túmulo mítico estão presentes, como uma grande escada de 3,5 metros de comprimento que supostamente leva ao Inferno, uma estátua de Osíris na parte mais alta, simbolizando o seu isolamento; um corredor vazio que simboliza o canal de água e uma câmara abaixo da estátua, que identifica o falecido Osíris.
Fonte: Livescience
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