O ex-contratado da NSA, Edward Snowden tem sido claro em uma série de dicas e procedimentos que podem te ajudar a se proteger contra a vigilância governamental e empresarial.
A complexidade ou aplicabilidade depende de alguns fatores, como o nível do seu conhecimento em informática e o seu próprio computador — Sim. Usuários Linux levam uma ligeira vantagem aqui. O que não quer dizer que as dicas não sejam plenamente implementáveis em outros sistemas operacionais.
Encriptar o seu disco rígido
Em alusão a uma das aulas de Harry Potter, em Hogwarts, Snowden afirma que encriptação é a “defesa contra as artes das trevas“.
A encriptação pode ser feita por etapas — à medida em que seu conhecimento aumenta e você vai naturalmente passando para outro nível, mais avançado.
Adicionar senhas de proteção aos seus arquivos é um dos primeiros passos que você pode dar.
Em seguida, pode aprender os métodos de encriptação do seu disco rígido.
Ao encriptar os dados de todo o seu disco rígido, você passa a ter mais segurança em caso de tê-lo roubado ou apreendido.
Todos os sistemas operacionais atuais lidam com a encriptação dos dados e há vários softwares de terceiros que podem fazer o trabalho.
Usar plug-ins, no navegador, que evitam ser seguido
O tracking dos internautas é tão comum que muitas pessoas simplesmente não veem nada errado em encontrar anúncios especificamente sobre os produtos que ela tava pesquisando minutos antes.
Você faz uma pesquisa sobre “esteiras” no Google e… a partir daí, os anúncios dos sites, “magicamente” passam a exibir só anúncios relacionados a este objeto.
O fato é que as empresas estão usando vários dados sobre você, para exibir anúncios “personalizados”:
- » o lugar onde você mora;
- » os seus interesses durante a navegação;
- » os sites e tipos de sites que você visita (inclusive “aqueles”!);
A partir daí, preços e produtos que aparecem nos anúncios podem variar.
Se isto não é já um problema chato o suficiente, acrescente o fato de que se as lojas têm acesso a este tipo de informações, outros também podem ter.
Os navegadores atuais têm botões ou opções para desligar o tracking — na verdade, estes itens apenas informam aos sites, pelos quais você passa, que você não deseja ser “seguido”.
O respeito dos sites à sua opção, contudo, é… opcional.
Outra solução, que pode ser mais eficaz, é instalar um plugin no seu navegador que “tenta melhor” evitar o rastreamento — eu sugiro o Ghostery.
O Ghostery mostra quem está te rastreando, como está fazendo isto e se propõe a bloquear sua atividade.
Use o Tor, para apagar suas “pegadas” online
Sugiro que você leia alguns artigos sobre o Tor aqui, no Nerdices, mais tarde.
O Tor é uma rede que promete anonimidade e privacidade online e tem estado sob os holofotes ultimamente, justamente por causa dos ataques que as pessoas tem sofrido à sua privacidade — tanto pelos governos, quanto pelas grandes corporações.
O Tor hospeda uma rede de websites, alguns dos quais têm sido alvo de ações policiais (ou policialescas), por terem (comprovadamente, em alguns casos) se engajado em atividades ilegais.
Se, por um lado, o Tor tem sido útil para a prática de atividades criminosas — por outro, ele tem trazido alívio para usuários que desejam apenas ter a sua privacidade respeitada.
Há, ainda, o outro lado da moeda: ativistas e jornalistas sérios, alvos de represálias governamentais ou de mega corporações, também precisam proteger-se, usando todas as ferramentas disponíveis para poder exercer seu trabalho.
Para concluir, gostaria de citar o uso de emails criptografados (como o hushmail) e smartphones com esta capacidade, como forma de se manter seguro em relação a este mundo, cada vez mais orwelliano, em que vivemos — com a diferença de que a ameaça vem mais do meio corporativo e, talvez, nem tanto do governo.
Elias Praciano
http://elias.praciano.com