Massimo Banzi, co-fundador do Arduino compartilha algumas coisas que gostaria de “ter sabido” quando era mais novo.
Um dos criadores do microcontrolador Arduino, Banzi não mede palavras, ao afirmar “A Itália é um país onde, se for jovem, você não existe (…) É um país comandado por velhos”. Ele decidiu contrariar estas regras.
Apesar da formação como engenheiro elétrico, sempre teve interesse em design. Há 10 anos atrás, ele estava ensinando design voltado à interação. O Arduino surgiu da necessidade de ensinar design aos alunos – muitos dos quais não tinham qualquer conhecimento em tecnologias.
De acordo com banzi, estudantes de engenharia são naturalmente atraídos aos meandros da tecnologia. Já os de design (projetos) desejam saber o que as pessoas vão realmente poder fazer com a tecnologia.
Se você disser às pessoas, com 6 meses de antecedência “você vai programar um microcontrolador” elas vão cortar a conversa, dizendo “Não sou nerd. Não há a menor possibilidade de eu querer fazer isto”.
Mas, se elas foram gradualmente envolvidas na tarefa, dentro de um contexto em que este caminho se lhes apresente como o mais natural, elas vão fazê-lo e vão gostar dos resultados.
O que é o Arduino, hoje
Os Arduinos recebem sinais de uma ampla variedade de switches e sensores e podem controlar luzes, motores e outros tipos de dispositivos físicos.
Microcontroladores são usados em inúmeros tipos de projetos hackers. Estima-se que haja mais de 1,5 milhões de Arduinos por aí, acompanhados de um número similar de clones e variações.
Banzi se diz influenciado por designers como o alemão Dieter Rams e o italiano Achille Castiglioni. Sobre este último, afirma “antes de qualquer coisa, um designer nunca deve levar a si mesmo muito a sério e se divertir mais. Muitos designers se levam a sério, mas não são tão relevantes quanto Castiglioni, que sempre brincava e contava piadas”. O nome do Arduino, a propósito foi tirado de um bar, que Banzi frequentava.
Atualmente, os projetos preferidos de Banzi, que envolvem o uso do Arduino, vêm da indústria da moda – “o wearable (a tecnologia que se pode vestir) tem tudo a ver com a moda (…) um estilista italiano criou um corset que te ensina a respirar corretamente. Ele mede sua respiração através de sensores e estimula o seu corpo de diferentes formas. Outra pessoa, criou uma roupa que ajusta sua postura, ao usar um computador.”
Conselhos de Massimo Banzi à sua juventude
Ao ser perguntado sobre o que diria a si mesmo, com 20 anos de idade, ele responde “Bem, eu falaria mais a respeito de auto-confiança. O Arduino deslanchou quando eu trabalhava em vários projetos e percebi que não estava correndo atrás e, de fato, levando qualquer um deles a cabo. Então, parei de me preocupar com o que outras pessoas pensavam ou faziam e fui fazer o que queria. Muitas pessoas do meio da tecnologia me insultavam e me disseram que estava sendo idiota e eu pensei ‘Okay, devo estar realmente fazendo algo importante, com tanta gente a dizer que estou errado.'”
Banzi acredita em seguir o próprio caminho. Ele explica que era muito mais focado em ter uma carreira e seguir um determinado caminho e manter-se dentro de um sistema, aos 20 anos de idade. Mudou várias vezes de emprego e teve muitas experiências. No final, decidiu fazer o que realmente lhe fazia sentir bem.
Josef Prusa é um empreendedor Arduíno da nova geração e um dos favoritos de Banzi. “Ele tem 22 anos, vem da República Tcheca e é projetista de uma das mais conhecidas impressoras 3-D, de código aberto (…) Ele começou, quando adolescente, a brincar com o Arduino e foi como iniciou a impressora, fazendo seus próprios projetos. Ele estudava Economia e saiu da universidade, uma vez que ela não vinha de encontrou ao que ele queria fazer, e iniciou sua própria empresa.”
Fica claro que Banzi vê um pouco de si em Prusa e conclui: “o maior conselho que eu poderia dar é que se você tiver que cometer um grande erro, faça-o por ter decidido, por conta própria, cometê-lo e não por ter seguido equivocadamente o caminho ditado por outras pessoas. Os maiores equívocos que cometi, como todo mundo, foram todos de minha própria responsabilidade.”