Os nerds mais “das antigas” talvez tenham ouvido falar na Palm e em palmtops, mas provavelmente a maioria não deve ter ouvido falar dessa empresa, que foi pioneira, inovadora, vanguarda, mas por diversos erros cometidos em sua trajetória, hoje nem existe mais.
O que a Palm fez que poderia tê-la tornada, em minha opinião, a maior empresa do mundo? Ela simplesmente inventou o smartphone, da forma como o conhecemos hoje. Sim, jovem nerd, não foi a Apple nem a Samsung que inventaram os smartphones.
Em 1992 a Palm foi fundada por Jeff Hawkins e lançou os primeiros palmtops, que também eram chamados de PDAs (personal digital assistant) ou de handhelds. O que eram os palmtops? Computadores que podiam ser usados na mão (palmtop, laptop, desktop, sacou?). Talvez você já tenha visto algum, se não viu, dá uma olhada aqui abaixo:
Haviam vários acessórios que podiam ser usados conjuntamente com o palm, como GPS, teclado, modem, câmera fotográfica, leitor de código de barras etc. Com o tempo e com a evolução dos palmtops, estas funcionalidades foram incorporadas aos lançamentos mais modernos.
A escrita no palm era feita com uma canetinha (sem tinta), chamada de stylus. Além da Palm, outras empresas também fabricavam palmtops, como a Sony, a Sharp, a Handspring, que é de onde veio a evolução seguinte dos palmtops.
A Handspring foi fundada em 1998 pelo mesmo fundador da Palm, Jeff Hawkins. Logo se destacou no mercado de palmtops com o Handspring Visor, lançado em diversos modelos.
O sistema operacional utilizado era o mesmo sistema da Palm, o PalmOS. Em 2002, a Handspring lançou o primeiro aparelho da linha Treo, o Treo 90. Ele era ao mesmo tempo um palmtop e um telefone celular.
Depois do Treo 90 vieram outros, como o Treo 180, 270, 300 e o 600, que era comumente visto em séries de TV. O Treo 600 foi lançado já pela Palm, que havia comprado a Handspring.
Nestes computadores você podia usar um pacote office completo, ouvir músicas, assistir filmes, jogar, fotografar, filmar, navegar na internet, enviar e receber e-mails, usar um GPS, enfim, tudo que fazemos hoje com smartphones Android e Apple já era possível ser feito no final dos anos 1990.
Em 29 de abril de 2010 a HP anunciou a aquisição da Palm por 1,2 bilhão de dólares. Juntamente com toda a história e os produtos lançados pela Palm, a HP levou junto nesta compra o webOS, um promissor sistema operacional que recém havia sido lançado.
O webOS antecipou muitas funcionalidades e conceitos que surgiram posteriormente (foram copiados descaradamente) no iOS e no Android.
Os últimos lançamentos da Palm foram com o webOS. O Palm Pre, Pre Plus, Pre2, Pre3, Veer e o tablet Touchpad, que foi “torrado” nas lojas dos EUA por 100 dólares logo após ser lançado.
A HP simplesmente assassinou o webOS. Não investiu no mercado de tablets e smartphones. Deixou o webOS engavetado por mais de um ano, quando então resolveu abrir seu código para a comunidade, tornando-o software livre.
Existe atualmente o Open webOS e a LG deve estar lançando nas próximas semanas smart TVs usando o webOS. Pode ser que após esta experiência de uso do webOS em televisores, alguém resolva voltar a usá-lo em tablets e smartphones.
De qualquer forma, dói muito ver um sistema excelente, inovador, bonito, estável, leve, que já possuía há 5 anos atrás recursos que recém foram incorporados por iOS e Android – e alguns nem foram ainda – ter sido abandonado como foi o webOS. Pra mim, que fui usuário do Palm M105, do Zire 31, do Centro e agora do Pre3, dói realmente muito, afinal, é conhecimento, é história que estão sendo jogados no lixo.
E a Palm, que foi pioneira, saiu muito à frente de outras empresas neste mercado, perdeu a oportunidade de ser, hoje, a maior empresa do mundo.