O sistema de cabos – na maior parte, submarinos – SEA-ME-WE-4 tem 18 mil quilômetros de extensão. Completado em dezembro de 2005, ele se tornou o principal meio de conexão para internet e telefonia entre a Ásia e a Europa.
De acordo com uma reportagem da revista alemã Spiegel, a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) teria conseguido obter informações sobre o gerenciamento da rede do sistema.
Segundo a reportagem, o Departamento de Operações Customizadas (Tailored Access Operations) da NSA teria conseguido penetrar no site do consórcio que opera a rede e obter dados sobre a infraestrutura técnica do sistema de cabos. Os especialistas da agência americana estariam de posse de informações sobre uma “parte significativa” do sistema, publicou o semanário em sua mais recente edição.
Apenas um passo inicial
O sistema SEA-ME-WE-4 de cabos submarinos vai da cidade portuária de Marselha, na França, através do Mediterrâneo até o norte da África, passa então pelos países do Golfo até chegar ao Paquistão, Índia, Cingapura, Malásia e Tailândia. Ao longo do percurso existem 17 pontos de conexão onde os dados associados a cada região são conectados com o continente e a informação é ao mesmo tempo transmitida e recebida das redes locais.
O nome do sistema é composto das siglas em inglês das regiões de destino e de tráfego da rede: o Sudeste Asiático (em inglês: Southeast Asia – SEA), Oriente Médio (Middle East – ME) e Europa Ocidental (Western Europe – WE). Um total de 16 operadoras de telecomunicações compõe o consórcio que administra o sistema.
Entre estas, a francesa Orange, a Telecom Itália e a indiana Tata Communications.
Segundo a reportagem da Spiegel, a obtenção das informações internas sobre o sistema pela NSA é apenas o primeiro passo. “Futuras operações estão sendo planejadas para a obtenção de informações adicionais sobre este e outros sistemas de cabos”, afirmou a revista.
Tática repetida
Entre as revelações feitas pelo ex-consultor da NSA, Edward Snowden, consta uma denúncia de que a NSA compartilha informações com outras agências de inteligência – como a GCHQ do Reino Unido – obtidas de dados de conexões transatlânticas da rede de cabos SEA-ME-WE-3, de 39 mil quilômetros de extensão, que entrou em operação em 1999.
A denúncia foi divulgada na Alemanha pelo diário Süddeutsche Zeitung e pela emissora pública NDR, no final de agosto de 2013.
RC/dpa/dw
fonte: DW.DE