O IBGE estima que existam mais de 50 milhões de evangélicos hoje no Brasil – um quarto da população brasileira.
Distante dos domínios da igreja, o mercado de produtos eróticos no país cresce feliz e saltitante, movimentando algo em torno de 1,17 bilhão de reais ao ano.
Mas o que antes poderia ser visto como um antagonismo, hoje virou uma relação de parceria.
Os evangélicos passaram a reivindicar o direito ao sexo e a indústria de produtos eróticos atendeu prontamente às exigências da nova clientela.
Assim começaram a surgir as sexshops direcionadas ao público gospel, com produtos desenvolvidos para proporcionar prazer e não ferir as leis divinas.
Os produtos precisam precisa atender a alguns limites: precisam ser direcionados a casais heterossexuais formalmente casados, não podem ser usados para masturbação individual ou práticas consideradas anti-cristãs, como sexo anal, sadomasoquismo e relação entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), a virada aconteceu quando os empreendedores do setor resolveram investir em pontos de venda nas periferias das grandes capitais – onde também está a maior concentração de evangélicos pelo país.
Hoje, segundo a Abeme, são 11 mil pontos de venda em todo o Brasil. Quase todas as regiões contabilizaram crescimento expressivo nas vendas, algumas com aumento superior a 4% em cinco anos.
Cada cliente deixa, em média, entre R$ 80 a R$ 280 em cada visita e o poder de decisão é da mulher: elas respondem por 71% da presença em lojas físicas e em 90% na venda domiciliar. Os homens, mais reclusos, preferem comprar pela internet.
Os produtos mais vendidos estão géis excitantes, lingeries, vibradores e anéis penianos.