De acordo com os livros de história que estudamos na escola, o Brasil foi descoberto no ano de 1500 e a exploração da, então, Terra de Santa Cruz, durou por volta de 30 anos. Nesse período, no atual território brasileiro, limitavam-se às expedições e extração e transporte de Pau-Brasil (madeira nobre bastante apreciada na Europa).
O período que chamamos de Brasil Colônia se estendeu desde a descoberta até 1822, ano da proclamação da independência. Além dos portugueses houve, também, exploração por parte dos holandeses, ingleses e franceses. Para evitar que outros países tentassem “conquistar” o território, Dom João III, rei de Portugal, dividiu as terras recém descobertas em 15 partes, as conhecidas Capitanias Hereditárias.
Esses “pedaços” de terra foram doados a alguns cidadãos de pequena nobreza portuguesa, conhecidos como Donatários. Que tinham como função: governar, colonizar, resguardar e desenvolver as regiões por conta própria. A partir daí é que a colonização do Brasil começou de maneira efetiva.
Para que seja possível ter uma noção de como nem tudo era como os livros contam, selecionamos uma listinha com 7 coisas bizarras que eram consideradas comuns no Brasil Colonial. Confira:
1 – Tráfico de pessoas
Quando os portugueses chegaram ao território brasileiro pela primeira vez, tiveram contato imediato com os indígenas, que futuramente foram escravizados. Assim como eram tragos os negros da África. Ambos, principalmente os segundos, eram comercializados, amarrados, usados como “saco de pancadas”, até mesmo escravos sexuais, entre tantas outras coisas. A abolição da escravatura no Brasil teve um longo período mas, apenas, após o fim do Brasil Colonial. Começando em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, seguida da Lei do Ventre Livre, em 1871, então a Lei dos Sexagenários (1885) e por fim a Lei Áurea, no ano de 1888.
2 – Locais exclusivos para brancos
Tanto antes do fim da escravidão quanto durante muitos (muitos!) anos depois, existiam locais que eram reservados apenas a pessoas brancas, entre eles: parques, praças, restaurantes, bares, banheiros, escolas… Com o fim da escravidão legalizada, teoricamente essa segregação teria acabado. Mas, infelizmente, ainda hoje, vemos o preconceito historicamente decorrente.
3 – Estupros
Naquele período também era muito comum que os homens estuprassem as mulheres, apesar de ser uma atitude proibida. Inclusive, era “aceita” pelas esposas dos senhorios ao obterem relações sexuais com as escravas da “Casa Grande”, ou com quem mais quisessem.
4 – Casamentos com crianças
Quando o estupro acontecia com mulheres brancas (adultas ou crianças) os homens tinham as seguintes opções: ir para a cadeia ou se casarem com suas vítimas. Por incrível que pareça, essa lei perdurou até a década de 1980. Prova disso, é a história de Lucineide, que foi estuprada aos 13 anos e obrigada a se casar com seu agressor.
5 – Jogar excrementos na rua
Naquela época também não existia, o tão importante, saneamento básico. Por isso, era muito perigoso andar perto das janelas da casa, por exemplo. Sempre que se ouvia alguém gritar “água vai”, significava que um balde de fezes e urina seria lançado à rua. Isso fazia com que as ruas ficassem imundas, ambiente perfeito para a proliferação de epidemias, como febre amarela, varíola, tuberculose e sarampo.
6 – Sodomia
A sodomia, era considerada pelos tribunais do Santo Ofício, um crime horrendo. Porém, como tudo, no Brasil as coisas foram um pouco diferentes, sendo considerada de uma maneira mais “leve” pelos inquisidores. Isso acontecia porque os europeus acreditavam que as Américas eram as terras dos pecadores.
7 – Torturas
Muito utilizadas para obter confissões. Não apenas naquele período como em, praticamente, toda a história da humanidade. Uma tortura muito comum era o corte das plantas dos pés, passar manteiga na ferida e expô-la a um braseiro. Qualquer pessoa presa era obrigada a confessar o crime, mesmo que não o tivesse feito. A razão? O preso era torturado e caso não confessasse, levado à fogueira, para morte certa.