Por que a busca por ETs via sinais de rádio é prejudicada por mineração de criptomoedas

 

A febre de minerar criptomoedas está prejudicando a busca por sinais de vida alienígena inteligente. É o que o pessoal do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) revelou nesta semana, alegando que as GPUs necessárias para fazer seus sistemas funcionarem estão esgotadas no mercado, uma vez que esses componentes vêm sendo adquiridos em massa por pessoas que estão minerando moedas como o Bitcoin.

O SETI é um projeto que analisa sinais de rádio de baixa frequência captados por radiotelescópios distribuídos em diferentes locais do mundo, mas principalmente pelo Radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico. Como esse tipo de sinal não é emitido por nenhum fenômeno natural, detectar algum deles pelo espaço pode significar a existência de uma civilização alienígena tecnologicamente desenvolvida.

Segundo Dan Werthimer, do SETI, a intenção do projeto é expandir suas operações para dois outros observatórios, sendo necessária a compra de GPUs poderosas para tal. “Gostaríamos de usar as últimas GPUs, e não estamos conseguindo comprá-las. Isso está limitando nossa busca por extraterrestres na tentativa de responder à pergunta: ‘estamos sozinhos?'”.

Ainda de acordo com o radioastrônomo, o problema vem acontecendo nos últimos dois meses, e faz sentido conectar os baixos estoques de GPUs poderosas à mineração de criptomoedas, já que essa atividade vem crescendo bastante nos últimos tempos. As unidades de processamento gráfico, tradicionalmente associadas ao processamento de games, também são essenciais para a mineração de criptomoedas, bem como na radioastronomia.

 

GPUs são uma parte importante do radio-telescópio Hera na África do Sul

 

“No SETI, queremos analisar o máximo de canais possíveis porque não sabemos em qual frequência um ET enviará sinais, e queremos descobrir diversos tipos diferentes desses sinais. Isso exige muito poder computacional”, explicou Werthimer, que é cientista-chefe do centro de pesquisas Berkeley, do SETI, em que são usadas cerca de 100 GPUs simultaneamente, capazes de detectar frequências extremamente ínfimas sendo transmitidas pelo universo.

Contudo, somente este observatório não é suficiente para dar conta de tantas análises, e o projeto gostaria de aprimorar a capacidade do observatório Green Bank, na Virgínia ocidental, e do Parkes, na Austrália. Só que a alta demanda por GPUs poderosas, graças à mineração das moedas virtuais, faz com que seus pedidos não possam ser atendidos prontamente, mesmo tendo dinheiro disponível para investir.

 

As GPUs são muitas vezes conectadas entre si para realizar a tarefa da mineração de crytpomoedas.

 

A NVIDIA,  uma das maiores fabricantes de GPU do mundo, vem tentando dar conta de tanta demanda, declarando que está “trabalhando intensamente” para dar conta da necessidade dos consumidores.

 

Fonte: CanalTech

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