Ao longo da história, os seres humanos encontraram diferentes formas de lidar com a morte. Seja enterrando, cremando, ou mesmo mumificando o corpo, o fato é que nunca soubemos ao certo o que acontece conosco depois de mortos. E por falar na mumificação, talvez este seja o processo mais interessante e estranho de todos eles. O Egito Antigo é um dos mais conhecidos por nós no que tange o assunto. Era normal que um faraó fosse transformado em uma múmia, na expectativa de que um dia retornasse à vida.
No entanto, a técnica não foi aplicada apenas pelos egípcios e na verdade, alguns lugares pelo mundo ainda a adotam. Trata-se de preservar o corpo e, em alguns casos, os órgãos de um cadáver a partir de conservantes químicos. Por outro lado, uma múmia pode ser formada de forma acidental. Por exemplo, se o cadáver fica exposto durante muito tempo com o ambiente, em contato com temperaturas muito baixas, ele pode sofrer uma mumificação natural.
Ao longo do tempo, diversas múmias foram encontradas pelo mundo. Por incrível que pareça, mesmo após milhares de anos algumas ainda permanecem praticamente intactas, com reduzido nível de decomposição. Este é o caso de Rosália Lombardo, considerada como a múmia mais bonita do mundo.
Também conhecida como “A Bela Adormecida”, foi uma garotinha de origem siciliana que morreu devido a uma grave pneumonia no ano de 1920, aos dois anos de idade. Desolado com a perda, o pai da menina decidiu que contrataria um embalsamador para preservar a filha. Hoje, ela pode ser encontrada nas Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo, mas há algo que realmente parece estranho sobre ela.
Múmia realmente pisca os olhos?
Já é realmente incrível observar Rosália. Como seria possível que alguém morto há tantos anos, ainda estivesse em perfeito estado de conservação? Mesmo sendo mumificada, o mais esperado é que ela apresentasse algum tipo de degradação. No entanto, em 2009 foi encontrado o segredo que mantem a menina perfeitamente preservada ainda hoje. O antropólogo Dario Piombino-Mascali fez a descoberta que revelaria o mistério: um manuscrito que continha a fórmula exata utilizada para o embalsamamento.
Segundo as informações descritas, foi usado formalina (formol), álcool, sais de zinco, ácido salicílico e glicerina. Bem, parece que realmente deu certo, mas obviamente não é uma receita para ser feita em casa. Ainda foi constatado que o corpo teve um tratamento diferente. O processo foi feito pensando em bloquear fungos ou bactérias,, sem contar que ainda há um filme especial o envolvendo, que o protege dos efeitos da luz.
Mas vamos ao que realmente interessa. De algum tempo pra cá, pessoas que visitavam o local onde a menina pode ser encontrada repararam algo assustador… Parece que a menina ainda pisca os olhos dentro de seu pequeno caixão de vidro. Segundo relatos, é possível observar seus olhos em diferentes posições, de acordo com o passar do dia. Será mesmo?
Segundo Mascali, não é bem isso que acontece: “É uma ilusão de ótica produzida pela luz filtrada através das janelas laterais, que durante o dia estão sujeitas a mudanças“. Ele observou que a múmia acabou sendo ligeiramente deslocada de sua posição original. Foi movida para uma posição horizontal, facilmente atingida pelos raios de luz. Por ser um caixão de vidro, é possível ter essa impressão de que as pálpebras da menina se movem, à medida que o dia passa.
O antropólogo ainda acrescenta que os olhos dela nunca estiveram completamente fechados, o que torna o fenômeno visual ainda mais possível.