O casamento entre dois homens era possível na Idade Média e se chamava adelfopoiesis. Em tese, uma união espiritual entre homens. O casamento homoafetivo já foi aceito e bem regulamentado pelos cristãos no passado. Durante a Idade Média, ocorria a chamada adelfopoiesis, que, em grego, significa “fazer irmãos”.
Era uma cerimônia religiosa na qual dois homens se uniam para criar uma convivência. O ritual não só permitia compartilhar o lar, mas também lhes dava o direito à herança, em caso de morte de um dos dois, e de serem enterrados em um mesmo túmulo. A única coisa que não podia era praticar sexo, embora, acredite-se que a adelfopoiesis era uma forma de encobrir os relacionamentos homossexuais.
A prática da adelfopoiesis foi pesquisada pelo teólogo ortodoxo Pável Florenski. Em seu livro “O Pilar e o Fundamento da Verdade. Ensaio sobre a Teodiceia Ortodoxa em Doze Cartas”, o teólogo defende que esse tipo de casamento não tinha nenhuma relação com o amor erótico.
Em vez disso, tratava-se de uma união espiritual, cujo objetivo era desenvolver a compreensão do trabalho de Jesus Cristo a dois. Durante as cerimônias, eram recitados cânticos, textos, o casal era unido com um cinto e ocorria também uma troca de beijos entre os participantes.