Criador da primeira arma impressa em 3D briga com governo americano para liberar invenção

 

Cody Wilson, inventor da primeira pistola impressa em 3D, decidiu abrir processo contra o Departamento de Estado americano para conseguir liberar o uso da sua invenção. Segundo seus advogados, proibir que as instruções de impressão da arma sejam compartilhadas na web viola os direitos de livre expressão e do porte de armas, ambos garantidos por emendas à Constituição dos Estados Unidos.

Conhecida como Liberator, a arma foi criada em 2013 e teve suas instruções de impressão baixadas por mais de 100 mil pessoas. Mas o governo federal americano, alegando que a arma violava a Regulação sobre Tráfico Internacional de Armas, mandou que as instruções fossem retiradas da web, e ainda ameaçou Wilson com a possibilidade de passar 20 anos na cadeia. Com base na regulação, o governo também reclamou os direitos autorais da Liberator.

Segundo os advogados de Wilson, o Departamento de Estado prometeu uma norma em 60 dias para classificar se armas 3D, portanto, feitas de plásticos, se enquadrariam nas mesmas regras de controle de armamentos tradicionais. Dois anos se passaram e nenhuma decisão sobre o assunto foi tomada.

A preocupação do governo federal americano, assim como de outras nações, é de que armas 3D possam representar um novo passo no contrabando de armamentos, pois elas não podem ser detectadas em aeroportos e portos. Armas como a Liberator ainda conseguem ser impressas em qualquer lugar do mundo sem que, necessariamente, tenham violado uma lei de importação. Seria possível, por exemplo, viajar até Nova York sem nenhum revolver na mala e, ao chegar lá, imprimi-lo em um fab lab comunitário.

Agora, o advogados argumentam que proibir que Wilson compartilhe as informações sobre sua arma viola o direito à livre expressão, bem como o direito constitucional de que qualquer cidadão americano pode possuir uma arma. “Deixe a tecnologia e nossos direitos serem livres”, afirmou um dos advogados.

Embora o processo tenha sido aberto em um tribunal federal no Texas, o caso tem potencial para parar na Suprema Corte do país. Não há consenso jurídico se códigos de programação (nesse caso as instruções de impressão) podem ser considerados um discurso protegido sobre a liberdade de expressão.

Fonte: Fox News

Opine

comentários

Leia também

Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

Website: http://www.nerdices.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.