Grupo afirma que consegue ressuscitar mortos

Dead Raising Team (algo como “equipe de ressuscitadores de mortos”) é uma equipe de cristãos evangélicos que se vangloria de poder ressuscitar os mortos com as suas orações. Tyler Johnson, carismático líder do grupo, afirma ser responsável por trazer 13 cadáveres de volta à vida.

A história do DRT foi coberta no filme-documentário de 2013, Deadraiser. A produção retrata várias histórias de milagres, onde os membros do grupo oram pelos mortos para que voltem à vida. Algumas das pessoas que supostamente voltaram dos mortos afirmaram terem visto o inferno e os demônios que estavam torturando-os. Mas eles acabaram sendo salvos e puxados de volta à Terra.


Mark Dedio, por exemplo, costumava ser um problemático usuário de drogas que, na verdade, alega ter morrido em 2006, como resultado de uma overdose. A próxima coisa que ele teria tido consciência foi: “Lá haviam gemidos, tormentos, gritos. O cheiro era como vômito, enxofre”. Mas ele acabou sendo salvo por um membro do DRT, TJ Aderholdt, que aconteceu de casualmente passar por uma ambulância em que jazia o cadáver de Mark.

Embora o homem não tivesse pulso, TJ começou a falar em línguas, logo que viu Mark. Em poucos minutos, os olhos de Mark abriram, ele se levantou e começou a contar a todos como ele foi para o inferno e foi puxado de volta. “Foi como uma garra no meu colarinho”, lembrou ele. “Jesus me puxou.”

O fundador do grupo, Tyler Johnson, é um evangelista e autor de livros como “Histórias do Supernatural” e “Como ressuscitar os mortos”. Ele passa seu tempo viajando por todo o mundo, supostamente curando os enfermos e ressuscitando mortos e também dá aulas gratuitas sobre ressurreição para os fiéis. Ele, aparentemente, tem dezenas de membros treinados nos os EUA, Holanda, Sri Lanka e no Canadá.

“Eu abominava o Cristianismo crescendo,” Johnson revelou. “Era plástico (falso) para mim. Tudo era sobre o dinheiro.” Mas quando completou 17 anos, ele participou de uma missão da juventude no Canadá e alega ter testemunhado uma prostituta se transformar em Jesus diante de seus próprios olhos. Aquilo foi uma virada na sua vida e ele lentamente começou a aprender mais sobre a cura pela fé.

Uma das inspirações de Johnson é o encanador Inglês Smith Wigglesworth, quem era um ressuscitador de mortos de renome no final do século 19. Ele era tão popular que deixou seu trabalho para viajar por todo o mundo, curando pessoas e trazendo-as de volta à vida.

A própria jornada de ressuscitação dos mortos de Johnson, começou quando ele tinha apenas 19 anos de idade e seu pai morreu na frente dele.
“Ele foi refazer o telhado”, lembrou ele. “Eu havia acordado de um cochilo e me juntei a ele. Eu estava lá por uns 2 minutos, quando ele simplesmente tombou. Nós o trouxemos para baixo e tentamos a reanimação.”


Quando isso não funcionou, Johnson disse que ouviu Deus falar com ele dando-lhe uma escolha: “Filho, eu quero falar com você sozinho. Agora que seu pai está morto. Você pode acreditar que eu sou bom e eu não queria fazer isso. Ou você pode acreditar que eu sou responsável por isso.” Johnson disse que decidiu acreditar no primeiro, que Deus é bom.

Foi quando ele começou a se aprofundar na Bíblia e ler os versículos que indicavam que Deus nunca quis que ninguém morresse. “Jesus na verdade nos diz claramente em João 10:10, de modo que nós podemos discernir o que é do diabo, que o inimigo vem para roubar, matar e destruir. Então, sempre que houver qualquer morte – esse é o inimigo”, explicou.

Cinco anos depois, Johnson chegou à conclusão de que Deus espera que todo mundo convoque à vida aos cadáveres. “Eu acho que existe essa certeza que ganhamos pelo pensamento de que Deus é responsável por todo o mal no mundo, já que ele tem esse grande plano divino. Mas isso significa que o Holocausto foi ordenado por Deus e isso é simplesmente ridículo. É estúpido”, disse ele.

Então ele começou a fixar a sua crença em um determinado versículo da Bíblia, Mateus 10: 8, em que Jesus diz: “Curai enfermos, purificai leprosos, ressuscitai mortos, expulsai demônios.” Ele decidiu tentar ressuscitar os mortos orando por eles, em qualquer lugar que ele tenha uma oportunidade – em um necrotério ou uma casa funerária, ou até mesmo em um acidente de carro. Quando as pessoas vêm a saber o que ele estava fazendo, congratulam-no por ele ter feito o seu melhor.

Johnson não olhou para trás desde então – as palavras de suas tentativas se espalham através de suas redes de cristãos e outros que são ‘radicais o suficiente para acreditar nele’, logo juntando às mãos. Muitos deles acreditam que ressuscitar os mortos não é a parte arrepiante, mas o centro de todo o cristianismo.

Claro, há alguns cristãos que não concordam inteiramente com Johnson. Eles são da opinião de que as palavras de Jesus foram destinadas aos seus 12 discípulos, que apenas eles receberam esse poder. Por isso, é impensável que as pessoas que não tiveram contato direto com Jesus poderiam exercê-lo. Especialmente, alguns argumentam, que Jesus levantou apenas três pessoas dentre os mortos.

Outro motivo de suspeita é que o grupo não parece ter qualquer evidência provando que eles realmente trazem às pessoas de volta dos mortos. Johnson cita o exemplo de um amigo que ele reviveu em uma praia da Flórida, mas ele é incapaz de fornecer a data, o nome da praia, ou o nome do amigo. Ele também fala sobre um homem em um hospital que voltou à vida depois de Johnson rezar, mas novamente, ele não consegue lembrar a data ou ano.

Os depoimentos de Mark e TJ também parecem duvidosos, especialmente depois que Mark Dedio afirmou em uma entrevista, que ele nunca havia ido para o inferno. Em vez disso, ele disse que só havia desmaiado e quando voltou a si, ele se sentiu muito grato. Ele nem sequer se lembra quem era TJ.

Johnson concordou que o documentário Deadraisers teria sido muito melhor se tivesse realmente contado com a ressuscitação de uma pessoa morta. “Isso teria sido um bilhete dourado, cara”, disse ele. “Todos no mundo teriam visto o filme se isso acontecesse. Mas isso não aconteceu.”

fonte: Curionautas

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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