Hoje, 19 de junho, em meio às manifestações no Brasil, completa um ano da prisão domiciliar de Julian Assange, o homem por trás do WikiLeaks.
Assange está refugiado na Embaixada do Equador em Londres, pois se ele sair da Embaixada será detido pela polícia inglesa e deportado para a Suécia, onde é acusado de crime sexual.
Apesar da situação, Assange segue otimista e sendo um símbolo da revolução digital que está transformando o mundo.
“Vencemos a guerra”, diz, orgulhoso. “Representávamos uma pequena web radical, decidida a publicar a verdade sobre a guerra, sobre os serviços de inteligência e a corrupção em larga escala, atacando de frente o Pentágono, o departamento de Estado… Nossas chances de vencer? A priori, eram nulas. Mas vencemos”, disse em entrevista à AFP o australiano de 41 anos, que vê a si próprio como um Davi diante do poderoso Golias americano.
Inimigo de Washington por ter difundido centenas de milhares de documentos secretos diplomáticos e militares, Assange fala com um fio de voz sobre sua detenção em Londres, em 7 de dezembro de 2010.
“Passei 10 dias em uma cela de isolamento e 590 dias em prisão domiciliar”, diz. O tempo necessário para travar e perder uma batalha contra sua extradição à Suécia.
Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, um simples soldado, Bradley Manning, ex-analista de inteligência no Iraque, de 25 anos, é julgado por estar na origem do “vazamento do século” do WikiLeaks.
“O que está em jogo é o futuro da liberdade de imprensa nos Estados Unidos e em todo o mundo”, assegurou Assange. O veredicto poderá mudar seu próprio futuro. Para ele, este “julgamento espetáculo” também é o seu, à revelia, por cumplicidade.
Assange comemora que outros “heróis” tenham entrado em cena. Como Edward Snowden, ex-agente da CIA que revelou “até que ponto os Estados Unidos se transformaram em um Estado de vigilância maciça insidioso”.
O refugiado também diz sentir-se reconfortado com o fato de que o WikiLeaks é “mais forte agora do que há dois anos”, porque continua com suas revelações e sobreviveu a um embargo bancário. E se beneficiaria de um apoio renovado nos Estados Unidos, no Reino Unido e em “todo o continente latino-americano”.
É preciso lembrar também, já que estamos vivendo um processo de manifestações no Brasil, das lutas de Assange, do WikiLeaks, do Pirate Bay, de tantos outros ativistas pela liberdade que se opõem diariamente aos SOPAs, ACTAs, TPPs e AI5 digitais da vida e colocar estes temas também em pauta, afinal, o Marco Civil está há mais de um ano pra ser votado na câmara dos deputados e até agora patina.