Hamburger de laboratório?

Células extraídas do pescoço de vacas mortas e células estaminais de bovino podem ser a sua dieta num futuro próximo. Uma equipe de cientistas estão já perto de criar o primeiro hamburger de carne 100% criada em laboratório… Não só é verdade como estes hamburgers serão servidos em locais selecionados em Londres nas próximas semanas.

O conceito não é novo e aparece em muitos filmes de ficção científica, nomeadamente no pesadelo de Soylent Green. Na realidade os cientistas avançam ter já estudos que provam que se a humanidade consumir carne 100% feita em laboratório o mundo poderá economizar milhões em recursos, essencialmente reduzindo o impacto dos humanos no ambiente. O estudo intitulado Environmental Impacts of Cultured Meat Production (Impacto Ambiental de Carne produzida em Culturas) sublinha que os humanos são maus para o ambiente e que se não comermos todos desta carne em breve a sobre-população será um problema grave.

Este vai ser um dos pontos mais importantes em foco pelos globalistas do Grupo Bilderberg e outros que procuram uma forma de controlar a população mundial. No entanto, ainda mais surpreendente é vermos que alguns filmes de Hollywood são precisos nos seus dados. O supracitado Soylent Green, dirigido por Richard Fleischer e estrelando Charlton Heston, é passado em 2022 e à medida que nos aproximamos da data, aproximamos a realidade ao filme. Um excerto da Wikipedia diz: «No ano de 2022, a cidade de Nova Iorque conta com 40 milhões de habitantes. Para alimentar as inúmeras pessoas pobres e desempregadas, existem tabletes verdes chamados de Soylent Green, produzidos inicialmente através da industrialização de algas. Somente os ricos tem acesso a comidas raras, como carnes, frutas e legumes.»

Um artigo recente de Henry Fountain descreve a investigação deste novo tipo de carne e todo o empenho financeiro e de recursos humanos posto no projeto. O mecenas e financiador deste projeto exige que se mantenha no anonimato, mas sabe-se que para já cada hambúrguer custa ao projeto cerca de 325 mil dólares.

O Henry Fountain escreve:«A carne é produzida com vários materiais incluindo soros fetais de vitelo, usados como meio de crescimento de células que eventualmente serão substituídos por materiais de origem não animal. O Hambúrguer custa o fenomenal preço de 250 mil euros, pagos por um doador que prefere ficar anônimo. A produção em massa desta carne que poderá brevemente estar lado a lado com a carne convencional do supermercado está ainda longe dos planos.»

«Trata-se de uma tecnologia muito recente,» explica Neil Stephens, um cientista social da Universidade de Cardiff no País de Gales que há muito estuda e desenvolve esta nova carne referida por muitos como ‘shmeat’ [sharne?!]. «Ainda falta um largo número de coisas a aprender nesta área.»

Existem ainda as questões ligadas à segurança – embora o Dr. Post e seus colegas afirmem que esta carne é segura, ou mais segura até do que a carne convencional, podendo ser alterada para ser ainda mais saudável – e questões ligadas ao aspecto de um bife que será tudo menos grosso e sumarento.

«Isto é algo muito novo,» diz o Dr. Stephens. «As pessoas precisam combater o estigma de esta ser ou não carne.» Já o Dr. Post mostra-se ciente dos obstáculos que virão: «Eu sei que vão haver muitos problemas, mas têm de ter fé nos avanços tecnológicos.»

Como em qualquer outra tecnologia, os custos vão eventualmente baixar de forma considerável. «Se puder ser feito eficientemente, não existem razões para que não seja bem mais barato. Tem de ser feito com os materiais certos, introduzindo um sistema de reciclagem e controlo da concepção por automação.»

Esta ‘sharne’ poderá mesmo vir a ter vantagens de custos face à carne convencional, de acordo com Hanna Tuomisto, cuja pesquisa na Universidade de Oxford foi a base para o estudo Environmental Science and Technology: «Trata-se de uma conversão na alimentação, a carne de cultura in vitro é muito mais eficiente pois apenas a carne é produzida e não as restantes partes.»

Para já, os primeiros hambúrgueres a serem servidos serão de 150 g e feitos à base de vários materiais de origem bovina como soro fetal de bezerro e tecidos de vaca.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Soylent_Green

http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/es200130u

http://www.nytimes.com/2013/05/14/science/engineering-the-325000-in-vitro-burger.html?hp&_r=3&pagewanted=all&

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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