A importância de documentos em formatos abertos

 

Uma pergunta me chamou muito a atenção esta semana e me fez parar para pensar sobre o assunto: “Você quer que os seus documentos, fotos, artigos, etc sejam lidos ou vistos daqui a 20 anos?”.

Quando se trata de usuários ditos “comuns” (ou até mesmo alguns um pouco mais experientes), poucos sabem que a maioria dos formatos de documentos hoje difundidos são proprietários. Isso quer dizer que, a sua monografia da faculdade, por exemplo, que você salvou em um arquivo .doc pode não abrir daqui a quinze anos para você mostrar para os seus filhos. Como? Simples. As extensões que os programas da suite de aplicativos Office usam por padrão para salvar documentos são extensões proprietárias, as quais a única empresa/pessoa que tem acesso ao seu código é a Microsoft. Então, se por ventura ela resolver parar de dar suporte a determinadas extensões (no caso do exemplo que citei o .doc), nínguem tem mais acesso ao conteúdo do arquivo.

Aí você pode me dizer: “Mas isso NUNCA vai acontecer!”. Não?! Então o que foi que ela fez quando lançou a suite 2007? Os documentos agora são salvos em outro padrão e a suite de aplicativos não tem suporte nativo às extensões antigas como o .doc (o padrão agora é .docx no caso de textos) e para você abrir estas extensões antigas você tem que instalar um plugin. Ou seja, se ela decidisse que simplesmente não vai mais dar suporte a .doc, ela tem esse poder.

Mas, então, o que devemos fazer para mudar isso? Bom, o primeiro passo já foi dado (apesar de pouco divulgado/utilizado). No dia 12 de maio de 2008, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adotou o padrão ODF (Open Document Format) como norma técnica NBR ISO/IEC 26.300. Isso significa que o formato de documentos padrão no Brasil, assim como em vários outros paises, passa a ser oficialmente o ODF.

O Open Document Format é um padrão de documentos aberto baseado na linguagem XML, onde todos têm acesso ao seu código fonte e, dessa forma, podem programar para que o mesmo abra da mesma forma (ou quase) em qualquer aplicativo independente de sistema operacional. Por ter essa caracteristica de código aberto, usando o ODF você tem certeza de que essa mesma monografia que citei como exemplo acima – se salva em formato aberto (no caso do padrão ODF para textos a extensão é a .odt) -, vai abrir e você vai poder visualizá-la a qualquer dia, ano…  Isso porque não é preciso se preocupar se amanhã ou depois alguém vai descontinuar o formato.

Então, fica como dica para os desavisados: faça sempre opção por formatos de documentos abertos, pois eles podem ser lidos em qualquer lugar e em qualquer época. E isto não serve só para documentos, mas também para imagens, desenhos, apresentações, músicas, vídeos, etc. Então, sempre quando for salvar alguma coisa, procure saber qual é o formato aberto e o mais suportado (porque também não adianta ser aberto e ter pouco suporte) para o tipo de arquivo e dê preferência para o seu uso.

Por Alê Borba, no iMasters

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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