Este artigo foi escrito por Jeffrey Henning, criador do site LangMaker.com. O artigo original não pode mais ser encontrado. Eu o havia traduzido originalmente para o finado site da lista O Pônei Saltitante lá pelos idos de 2004, então perdoe-me se o meu eu de nove anos atrás tinha alguns vícios de linguagem meio chatos – Rodrigo Lima Jaroszewski
Crescendo com línguas
O Shakespeare das línguas-modelo é J.R.R. Tolkien. Seu best-seller de fantasia, O Senhor dos Anéis — agora considerado um clássico literário — conquistou muita de sua verossimilhança a partir da profundidade de suas línguas inventadas: Quenya, Sindarin, Adûnaico e outras. O artigo abaixo nos dá uma visão geral do trabalho crucial de Tolkien com línguas-modelo.
Tolkien foi exposto a línguas em um grau extraordinário. Ele aprendeu latim, alemão e francês de sua mãe. Na escola, aprendeu com professores ou por conta própria inglês médio, inglês antigo, finlandês, gótico, grego, italiano, nórdico antigo, espanhol, galês moderno e galês medieval. Ele tinha um incrível conhecimento funcional de línguas e era familiarizado com dinamarquês, holandês, lombardo, norueguês, russo, sueco e muitas línguas ancestrais germânicas e eslavas. Não surpreenderia à sua mãe que tenha se tornado um filólogo profissional.
Tolkien teve até um trabalho de meio-expediente como lexicógrafo para o Oxford English Dictionary original — o New English Dictionary, como então era conhecido. Trabalhou para o dicionário em 1919–1920 e aprendeu mais sobre línguas lá do que em qualquer outro período de sua vida. Por exemplo, ele teve que desenvolver as etimologias de palavras como water, wick, winter e, fazendo isso, teve que citar formas comparáveis em outras línguas como proto-teutônico, teutônico antigo, saxão antigo, holandês médio, holandês moderno, alto-alemão antigo, alto-alemão médio, baixo-alemão médio, alemão moderno, eslavo antigo, lituano, russo e latim. Ele fez isso de maneira louvável; o supervisor do dicionário, Dr. Henry Bradley, disse de Tolkien: “Seu trabalho nos dá evidência de um domínio incomum do anglo-saxão e dos fatos e princípios da gramática comparativa das línguas germânicas. Certamente, não tenho hesitação em dizer, nunca conheci um homem de sua idade que fosse seu igual nesses aspectos.”
Estas eram as línguas naturais que Tolkien aprendeu e que serviram de inspiração para suas línguas-modelo.
Quando criança, Tolkien foi exposto pela primeira vez a línguas-modelo quando aprendeu uma linguagem que seus primos haviam inventado, chamada animálico, que consistia primariamente em nomes de animais em inglês. Por exemplo, Dog nightingale woodpecker forty significava “Você é um asno”. O animálico serviu como inspiração para que Tolkien não criasse apenas palavras, mas sua própria língua. Ele e um de seus primos criaram uma língua mais envolvente que o animálico, chamada nevbosh (que significava “nova besteira”), baseada em pedaços disfarçados do inglês, latim e francês.
O nevbosh foi sua primeira tentativa de criar uma língua completa. Quando estava estudando grego, ele havia começado a inventar palavras pseudogregas, mas o nevbosh foi além. Mais tarde, em sua adolescência, Tolkien se lembrou do nevbosh e decidiu inventar uma língua séria, uma ricamente desenvolvida para imitar uma língua natural.
Não é de se surpreender que Tolkien quando adolescente tentasse um feito tão ambicioso, dado seu já estabelecido amor pelas línguas. Como o biógrafo de Tolkien, Humphrey Carpenter, escreveu: “Se ele tivesse se interessado em música, teria muito provavelmente tentado compor melodias, então por que não deveria criar seu sistema pessoal de palavras que seriam, como eram, uma sinfonia privada?” Já que a educação de Tolkien foi tão intensamente centrada ao redor das línguas, quando começou a criar, essas criações tomaram forma linguística.
A primeira tentativa séria de Tolkien para construir uma língua-modelo foi chamada naffarin. Era fortemente influenciada pelo espanhol, mas com sua própria fonologia (estrutura de sons) e gramática. Tolkien escolheu o espanhol porque seu guardião legal (ele havia se tornado órfão com doze anos de idade) era meio-espanhol e tinha emprestado a ele livros sobre essa língua, que Tolkien considerou atrativa.
O naffarin era apenas a primeira das várias línguas-modelo que Tolkien iria criar. Sua próxima língua começou depois que comprou um livro básico de gótico de um amigo e ficou cativado com aquela língua. Anos mais tarde, em uma carta para W.H. Auden, Tolkien escreveu: “Descobri [no gótico] não só a filologia histórica moderna, que clamava ao [meu] lado científico e histórico, mas pela primeira vez o estudo de uma língua por mero amor: quero dizer, pelo agudo prazer estético derivado de uma língua por sua própria conta, não apenas livre de ser útil, mas livre até de ser um veículo de literatura.”
Já que pouco do vocabulário gótico sobrevive em seu pequeno número de documentos, Tolkien logo começou a inventar palavras para preencher as lacunas. Isto o inspirou a criar uma língua germânica histórica hipotética, uma até então nunca descoberta, mas com relações estabelecidas com o inglês antigo, gótico e outras línguas germânicas.
Do naffarin e do neogótico, Tolkien partiu para a criação de uma nova língua-modelo, inspirada pelo finlandês. Ele estava estudando para exames na livraria do Exeter College em Oxford quando se encontrou com o finlandês pela primeira vez. Anos mais tarde, ele comparou a experiência a provar um bom vinho: “Era como descobrir uma adega cheia de garrafas de um maravilhoso vinho de um tipo e sabor nunca degustado antes. Ele me intoxicou; então desisti de minha tentativa de inventar uma língua germânica desaparecida, e minha própria língua – ou séries de línguas inventadas – se tornaram fortemente influenciadas pelo finlandês em padrões fonéticos e estrutura.” Esta língua se tornou o Quenya, sua principal língua élfica, mas os elfos ainda não haviam entrado na história.
Tolkien havia devotado esforços consideráveis para dar veracidade ao quenya quando começou a perceber que não poderia continuar a criar a língua sem saber algo sobre o povo que a falava. Ele havia escrito poemas nessa língua, mas agora se encontrava na necessidade de criar uma história para esse povo, quem quer que fossem.
Então aconteceu que, aos vinte e um anos de idade, Tolkien teve uma epifania. Ele leu pela primeira vez o poema religioso em inglês antigo Crist of Cynewulf. Nele, Tolkien encontrou duas linhas que dariam asas sua imaginação por anos: Eala Earendel engla beorhtast ofer middengeard monnum sended, “Salve Earendel, mais brilhante dos anjos, sobre a terra média enviado entre os homens.” As palavras pareciam indicar algo belo e remoto. Enquanto o dicionário de inglês antigo dizia que Earendel era “um raio de luz”, Tolkien o interpretou literalmente como a estrela precursora da aurora (Vênus) e figuradamente como João Batista, pressagiando Jesus. De fato, Earendel era o precursor da luz que iria ser difundida nas Duas Árvores, nas Silmarils e no frasco de Galadriel: todos trabalhos proeminentes de luz em sua ficção. Tolkien queria descobrir a verdade por trás dessas duas frases do inglês antigo e começou a conceber uma história maior, envolvendo um marinheiro. Daquela simples linha sobre Earendel, a própria linha uma “folha ao vento”, Tolkien começou a descobrir a grande árvore de sua mitologia, que iria passar por muitas estações, crescendo da “Balada de Earendel” para O Livro dos Contos Perdidos para O Silmarillion, O Hobbit e O Senhor dos Anéis.
Como Tolkien escreveu em sua história alegórica “Folha de Cisco” , sobre um pintor com uma pintura muito detalhada para algum dia terminar:
Havia uma pintura em particular que o incomodava. Ela havia começado como uma folha ao vento e se tornou uma árvore; e da árvore nasceram inumeráveis galhos e as mais fantásticas raízes. Pássaros peculiares vinham se sentar nos gravetos e precisavam de atenção. Então ao redor da Árvore e atrás dela, entre as lacunas nas folhas e ramos, um campo começou a se abrir; e lá havia vislumbres de florestas marchando sobre a terra e montanhas com os cumes brancos com a neve.
Desta primeira folha ao vento, aquele primeiro vislumbre de Earendel, Tolkien então descobriu os elfos, que eram muito diferentes do povo das fadas sobre os quais ele havia uma vez composto poemas. Os elfos possuíam grandeza e dignidade, sendo na verdade — na mente de Tolkien — homens que não haviam sofrido a Queda. Ele percebeu que a língua que tinha criado era na verdade falada por esses elfos. Como resultado, ele começou a despender mais tempo compondo as histórias de seu mundo imaginário, “Terra-média” (que era um nome comum para o mundo nos tempos do inglês antigo, colocando a Terra entre o céu e o inferno). Ainda assim, as línguas e a criação de nomes ocupavam o seu tempo tanto quanto a composição das histórias, já que escrever a história era para Tolkien apenas parte do ato de criar línguas (ou subcriar, para usar a sua palavra para isso, como ele explicitamente se definia em relação ao Criador).
Até 1917, Tolkien tinha expandido o Qenya [N.T: o nome original do Quenya] para muitas centenas de palavras e tinha até mesmo feito um esboço de sua língua ancestral, o proto-élfico. O proto-élfico foi então o ponto de partida de outra língua élfica proeminente, Sindarin, que era modelada para ser semelhante ao galês que tinha fascinado Tolkien desde criança e que ele finalmente começou a estudar em Oxford.
Enquanto o Quenya era originalmente construído para se assemelhar em estilo ao finlandês, foi mais tarde influenciado pelo latim e grego. O Quenya e o Ssindarin foram criados com o intuito de que fossem línguas europeias em estilo e estrutura (mas não especificamente) e ambos deveriam satisfazer o gosto estético de Tolkien em estrutura sonora. O Sindarin (ou élfico-cinzento) lembra o galês fonologicamente e tinha um relacionamento similar com o Quenya (ou alto-élfico) como existe entre o bretão (as línguas célticas na época da invasão romana) e o latim (ambos descendendo do proto-indo-europeu, assim como o Quenya e o Sindarin descendiam do proto-élfico, mais tarde quendiano primitivo). A criação do proto-élfico permitiu a Tolkien esquematizar mais tarde muitas outras línguas élficas, primariamente como um pano de fundo para o Quenya e o Sindarin.
Tolkien havia começado criando uma língua. Agora estava criando línguas, povos e um mundo.
Tolkien geralmente criava uma palavra começando com o significado necessário e então inventava as formas como existiriam em Quenya e Sindarin. Outras vezes ele simplesmente inventava um nome enquanto escrevia; mais tarde ele tentaria determinar como o nome chegou a tal forma ou iria ignorá-lo e criaria um novo. Ele via suas línguas como línguas reais que estava descobrindo, ao invés de inventando, e em um de seus livros inacabados, The Lost Road, ele era o protagonista: um filólogo, gradualmente descobrindo as palavras de uma língua até então desconhecida (Quenya ou Sindarin), antes de ser transportado para o passado em direção à fonte dessas palavras.
Características das línguas da Terra-média
Tolkien disse uma vez que havia escrito O Senhor dos Anéis simplesmente para criar um mundo em que “Uma estrela brilha na hora de nosso encontro” (Elen síla lúmenn’ omentielvo) fosse uma saudação comum. Enquanto isto exagera a motivação de Tolkien (O Senhor dos Anéis foi originalmente concebido como uma simples seqüência para capitalizar sobre o sucesso comercial de O Hobbit), ainda é um bom indicador de quão inter-relacionados eram a composição e a criação de línguas para Tolkien.
Tolkien desenvolveu um plano de fundo linguístico muito elaborado para O Senhor dos Anéis, pois era tanto um hipotético documento histórico quanto um mundo imaginário. Ele escreveu o livro como se fosse a tradução de um antigo manuscrito, o qual chamou o Livro Vermelho. O Livro Vermelho foi escrito em uma língua chamada westron, que era a língua dos hobbits que narraram o conto. Tolkien decidiu que línguas relacionadas ao westron teriam que ser traduzidas em línguas com equivalências correspondentes ao inglês. O resultado foi duas camadas de invenção linguística.
O inglês dos hobbits era um dialeto imaginário que Tolkien escolheu para traduzir a língua dos hobbits. Este dialeto difere um pouco do inglês, adaptando alguns arcaísmos para suas necessidades (refletindo o fato que o westron dos hobbits era um dialeto do westron):
Uma das partes mais interessantes do inglês hobbit nem é usada no texto de O Senhor dos Anéis, mas é reservada para os apêndices. Tolkien fez uma pergunta “e se?” lingüística para si mesmo: E se o calendário latino não tivesse suplantado os nomes dos meses anglo-saxões? Como seriam os nomes em inglês então? O resultado são nomes como Afteryule para janeiro e Blotmath para novembro , nomes verdadeiros às suas formas originais. O fato que tais detalhes precisaram ser comprimidos em um apêndice ilustra como — embora Tolkien estivesse primariamente interessado nas línguas — ele podia subordinar aquele material para a história quando apropriado, incluindo-o como notas ao invés de colocar informações supérfluas na história.
Tempos atrás, os hobbits viviam perto dos Cavaleiros de Rohan, cuja língua mudou pouco neste meio tempo. Com o dialeto hobbit do westron agora traduzido para o inglês, Tolkien transportou para a obra essa relação traduzindo a língua dos rohirrim (no hipotético manuscrito) em palavras e nomes que eram similares, embora não exatamente iguais, às do inglês antigo.
Já que Tolkien concebia a língua de Valle e Esgaroth (regiões da Terra-média) como algo mais distante da linguagem hobbit, ele a representou com o nórdico antigo em alguns nomes, primariamente dos anões. Enquanto os anões tinham sua própria língua, eles não consideravam seus nomes privados e adotavam nomes externos que eram comuns entre os povos com os quais conviviam.
O westron descende da língua humana adûnaico, mas quase todos os nomes em Gondor são élficos, como resultado da longa aliança entre os homens de Gondor e os elfos em suas guerras contra os poderes escuros.
As línguas élficas eram, é claro, a fonte da maior parte dos esforços de Tolkien quando o assunto era criação de línguas-modelo. Para estas línguas, Tolkien criou um vocabulário de incrível detalhismo. Até 1938, ele tinha preparado um vocabulário base de 800 raízes do quendiano primitivo, dos quais podia derivar muitas outras palavras para muitas outras línguas. Por exemplo, a raiz *BES- significava “desposar”, de onde vinham as palavras besno “marido”; besse “esposa”; besu “casal, par de esposos”; e besta “matrimônio”. Cada uma dessas raízes tinham então descendentes diferentes em línguas diferentes; os seus descendentes conhecidos de besno “marido” são listados abaixo:
Incidentalmente, o asterisco é um símbolo filológico comum usado para indicar que não há uma extensiva evidência direta para termos certeza de que tal forma existia, mas se presume que exista baseado na reconstrução dos descendentes disponíveis. O asterisco é freqüentemente usado para indicar raízes indo-europeias, das quais a maior parte das línguas europeias descendem. Tolkien o usava para indicar que as formas haviam sido reconstruídas por acadêmicos élficos.
Tolkien desenvolveu um sistema regular de mudanças fonéticas para governar como as palavras eram tipicamente modificadas do quendiano primitivo para as línguas descendentes. Algumas dessas mudanças se sobrepuseram, como no Nandorin beorn, cuja forma se desenvolveu de maneira idiossincrática sob a influência de *ber(n)o, cujo significado se tornou “homem” por mudança semântica, ampliando seu significado de “homem valente”. Tal caso de mudança semântica demonstra o quão ricamente Tolkien desenvolveu suas línguas-modelo para fazê-las mais realistas nos processos linguísticos. Afinal, como seu filho Christopher Tolkien — confidente e, mais tarde, editor de muitos trabalhos de seu pai — falou:
Ele não inventava, de maneira alguma, novas palavras arbitrariamente: no princípio, ele as planejava dentro de uma estrutura histórica, procedendo das bases ou raízes primitivas, adicionando sufixos ou prefixos ou formando compostos, decidindo (ou, como costumava dizer, descobrindo) quando a palavra entrou na língua, seguindo por entre mudanças regulares de forma pelas quais ela teria passado e observando as possibilidades de influência formal ou semântica de outras palavras no curso da sua história. Tal palavra então existiria para ele, e ele a conheceria. Como todo o sistema evoluiu e expandiu, as possibilidades para palavras e nomes se tornaram cada vez maiores. (Christopher Tolkien, The Lost Road and Other Writings, p.342)
Ou como o próprio Tolkien escreveu sobre Cisco: “Ele costumava gastar um longo tempo em uma só folha, tentando achar sua forma e seu resplendor e o brilho das gotas de orvalho em suas bordas. Mesmo assim ele queria pintar a árvore inteira, com todas as suas folhas no mesmo estilo, e todas diferentes.”
Árvore das línguas: inter-relações das línguas élficas
Esta é apenas uma das concepções de Tolkien (de aproximadamente 1937) dos inter-relacionamentos das línguas élficas. Ele a revisava e a reconsiderava inúmeras vezes. Contudo, as duas principais línguas sempre foram o Quenya e o Noldorin (o nome mais antigo do Sindarin).
Tolkien inventou o mais elaborado sistema de línguas-modelo jamais publicado como parte de um trabalho de ficção. O que começou de maneira simples cresceu. Ainda assim, diversas vezes, Tolkien falhou em preparar uma gramática e um léxico finalizado para qualquer de suas línguas. Seu intuito não era criar um sistema linguístico completo e utilizável, mas simplesmente sentir prazer em criar palavras e formas linguísticas na estrutura de uma época imaginária. O prazer estava na descoberta.
Aqui está o mais famoso dos poemas élficos de Tolkien. É um hino a Elbereth, que era cantado na casa de Elrond em A Sociedade do Anel:
A Elbereth Gilthoniel
silivren penna miriel
o menel aglar elenath!
Na-chaered palan-díriel
o galadhremmin ennorath
Fanuilos le linnathon
nef aear, si nef aearon!“Ó Rainha das Estrelas, Inflamadora de Estrelas,
reluzindo e brilhando como jóias
da glória do firmamento das inumeráveis estrelas!
De distância remota após ter contemplado
da Terra-média entranhada em florestas,
Sempre-branca, para ti eu canto,
neste lado do oceano, aqui neste lado do grande oceano!”
Para Tolkien, inventar línguas-modelo era um exercício intelectual de grande seriedade, embora percebesse o quão incomuns essas atividades eram. Enquanto ele sentia que muitas crianças criavam línguas simples, como ele e seus primos fizeram, ele não conhecia muitos outros que levavam a invenção de línguas tão seriamente quanto ele. Certamente, enquanto achava que suas atividades com “línguas privadas” eram uma fonte de constante divertimento, ele iria chamá-las de “hobby maluco” quando as discutia com amigos, ou “minha língua de fadas sem sentido” quando falando sobre elas para sua esposa.
Mesmo assim, para ele suas línguas-modelo eram quase um exercício espiritual enquanto perseguia seu amor por línguas e mitos. Ele via sua criação de línguas como uma arte cristã, um ato de subcriação que auxiliava o Senhor a criar o mundo, talvez criando até uma parte do paraíso.
O Niggle de Tolkien, uma vez tendo completado sua “longa” e “desgostosa” jornada (uma alegoria para a morte), finalmente achou seu caminho para uma nova terra:
Ante ele estava a Árvore, sua árvore, finalizada. Se vocês pudessem dizer isto de uma Árvore que estava viva, suas folhas se abrindo, seus galhos crescendo e curvando-se ao vento que Cisco havia tantas vezes sentido ou imaginado, e havia tantas vezes falhado em captar. Ele olhou para a Árvore e, lentamente, ergueu seus braços aos céus. “É uma dádiva!” ele disse.
Fonte: Tolkien e o Élfico
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