Cientistas descobrem lendário rio que ferve suas águas e cozinha suas vítimas no coração da Amazônia peruana
As antigas lendas falavam de um rio de águas tão quentes, que fervem a partir das profundezas do solo, existente no coração da Amazônia. A formação como Geocientista dizia a Andrés Ruzo que esse tipo de história não poderia ser verdade. Mas isso foi antes de que ele mesmo ver o rio com águas ferventes com os seus próprios olhos.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Cientistas descobrem um rio com águas em ebulição no coração da amazônia peruana. Nas profundezas da selva amazônica no Peru, um mítico rio cujas águas chegam a atingir a impressionante temperatura de 86°C finalmente começou a atrair a atenção dos cientistas.
Fonte: http://br.sputniknews.com/
Quando tinha doze anos, segundo relata o Gizmodo, o avô do geofísico peruano Andrés Rizzo contou-lhe uma história estranha. Depois que os conquistadores espanhóis mataram o último imperador inca, dirigiram-se para o coração da floresta amazônica em busca de ouro.
Poucos desses homens teriam retornado da expedição, mas aqueles que o fizeram falavam assustados sobre uma viagem de pesadelo, com águas envenenadas, cobras devoradoras de homens, fome, doenças e um rio de águas ferventes capaz de cozinhar quem ousasse adentrá-lo.
Ruzo sempre pensou que a existência de um rio fervendo no meio da Amazônia não passava de lenda. No entanto, anos depois, fazendo seus estudos de pós-graduação em geofísica, ele começou a imaginar se a história não guardaria um fundo de verdade.
Enfrentando a descrença de quase todos, ele aprofundou-se na pesquisa e acabou descobrindo o rio Mayantuyacu, cujas correntes atingem uma temperatura média de 86°C, sem qualquer origem magmática ou vulcânica. Geralmente os rios com águas de ebulição estão associados com vulcões, mas não há vulcões na Amazônia, nem na maior parte do Peru.
O rio encontrado por Ruzo, considerado sagrado pelos índios Ashaninka, chega a ter 25 metros de largura e seis metros de profundidade e corre quente por pouco mais de seis quilômetros antes de desaguar em outro afluente. Onde a temperatura da água é superior a 47°C, pode provocar queimaduras de terceiro grau, enquanto que para a maioria dos animais pode ser fatal.
“Assim como as pessoas temos sangue quente correndo em nossas veias e artérias, a Terra tem água quente correndo por suas fendas e falhas. Quando alcançam a superfície, produzem-se manifestações geotérmicas: fumaças, fontes termais ou, neste caso, rios ferventes “, explicou o cientista peruano.
Mayantuyacu é visitado todos os anos por um punhado de turistas, que vêm experimentar as práticas medicinais tradicionais do povo Ashaninka. De acordo com o Gizmodo, porém, salvo algumas referências obscuras em revistas de petróleo da década de 1930, a documentação científica sobre o rio é inexistente. De alguma forma, esta maravilha natural conseguiu escapar à atenção dos cientistas por mais de 75 anos.
No entanto, a principal preocupação de Ruzo agora consiste em chamar a atenção mundial para salvar este cenário único, povoado de lendas estranhas e sensações fumegantes. Se nada for feito para parar o desmatamento das florestas circundantes, Mayantuyacu corre o risco de desaparecer.