Comida crua e bem preparada, hábitos impecáveis de higiene, respeito e honra aos mais velhos, o Japão é uma região de hábitos e costumes de dar inveja a muitos países, principalmente no quesito trabalho também.
Os japoneses são conhecidos por serem trabalhadores que passam horas em seus ofícios. O trabalho lá é tão levado a sério que eles até criaram algumas nomenclaturas que são desconhecidas dos brasileiros.
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Lá, o termo majime, por exemplo, se refere a um colega de trabalho honesto e confiável que cumpre as tarefas sem fazer drama. Um outro termo bem famoso entre eles é o termo karoshi, que significa “morrer de tanto trabalhar”.
De acordo com dados da OCDE, publicados no portal UOL, “22,3% dos japoneses ainda trabalha 50 horas ou mais por semana, muito mais do que os 12,7% registrados no Reino Unido, os 11,3% dos Estados Unidos e os 8,2% da França. No que se refere às férias pagas, 16% dos trabalhadores japoneses não tiram férias desde 2013.”
Trabalhar no Japão parece promissor, por conta dos lucros que se pode obter, mas tem um lado sombrio que os brasileiros não imaginam.
Tantos os mais velhos quanto os mais jovens estão morrendo de tanto trabalhar. De acordo com a BBC, a suspeita é de “dois possíveis culpados: o estresse e a falta de sono. O Karoshi pode estar ligado à quantidade de tempo passado no trabalho.
Ao analisar os hábitos e a saúde de mais de 600 mil pessoas, cientistas da University College London descobriram que aquelas que trabalhavam 55 horas por dia tinham 30% mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que faziam jornadas semanais de 40 horas.
Relatos de karoshi fora do Japão estão aumentando. A China perde cerca de 600 mil pessoas para o guolaosi (versão local do karoshi) a cada ano – ou 1,6 mil por dia.”
De acordo com Cary Cooper, especialista em estresse da Universidade de Lancaster, na Grã-Bretanha, em entrevista à BBC, “Depois da derrota da Segunda Guerra Mundial, os japoneses passaram a ser os profissionais com a jornada de trabalho mais longa do mundo.”
Ele conta que isso se deve não só à cultura do trabalho duro, mas de ser visto fazendo isso. “Dá-se muita importância ao tempo que a pessoa passa no escritório, mas trata-se de uma atitude contraproducente“, segundo ele.