Cientistas chineses estão trabalhando em um projeto de dimensões gigantescas, com o objetivo de conseguir aterrissar uma sonda espacial sobre a superfície do asteroide Apophis, que se aproxima perigosamente da Terra, para tentar desviar sua trajetória. Descoberto em 2004, o asteroide Apophis chamou imediatamente a atenção de cientistas do mundo todo, que fizeram cálculos e afirmaram que existe a possibilidade de ele colidir com a Terra até o ano de 2036.
Há alguns anos, pesquisadores da Academia de Ciências da China estão trabalhando no desenvolvimento de uma sonda espacial “caçadora de asteroides”, cujo objetivo principal é alcançar o corpo celeste Apophis, que possui 325 metros de diâmetro e 46 milhões de toneladas. De acordo com os cientistas, depois de aterrissarem a sonda sobre a superfície do asteroide, será possível realizar uma perfuração para coletar amostras do solo e de sua composição para uma análise posterior.
Espera-se que a nave chinesa alcance a superfície de Apophis em 2029: “Se conseguirmos pousar nossa sonda no asteroide, isso permitirá que os engenheiros e cientistas tomem medidas para mudar sua rota”, afirmou Ji Janghui, professor do Observatório da Montanha Púrpura. Apesar de a data exata do lançamento ainda estar sendo estudada pelo governo chinês, as estimativas iniciais consideram que o impacto do asteroide contra a Terra teria consequências equivalentes à explosão de 100 mil bombas atômicas.
Possíveis efeitos do impacto
A Nasa estimou inicialmente que a energia que o Apophis liberaria se atingisse a Terra como equivalente a 1.480 megatons de TNT. Uma estimativa da Nasa posterior, mais refinada, era de 880 megatons. O impacto que criou a Cratera de Barringer ou causou o evento de tunguska são estimados como estando no intervalo de 3–10 megatons. A erupção de 1883 do Krakatoa foi equivalente a quase 200 megatons.
Os efeitos exatos de qualquer impacto variam bastante dependendo da composição do asteroide, localização e ângulo do impacto. Qualquer impacto será extremamente danoso a uma área de milhares de quilômetros quadrados, mas seria bastante improvável que tivesse efeitos globais duradouros, como o início de um inverno de impacto.
A Fundação B612 fez estimativas do caminho do Apophis se um impacto com a Terra em 2036 acontecesse, como parte de um esforço para desenvolver estratégias de deflexão.15 O resultado é um corredor estreito com algumas milhas de largura, chamado de caminho de risco, que inclui a maior parte do sul da Rússia, através do Pacífico norte (relativamente próximo da costa da Califórnia e México), então bem entre a Nicarágua e Costa Rica, cruzando o norte da Colômbia e Venezuela, terminando no Atlântico, um pouco antes de atingir a África.
Usando a ferramenta de simulação NEOSim, foi estimado que um impacto hipotético do Apophis em países como a Colômbia e Venezuela, que estão no caminho de risco, levariam a mais de 10 milhões de fatalidades. Um impacto a vários milhares de milhas da costa oeste dos Estados unidos produziria um tsunami devastador.
fonte: South China Morning Post