Na virada do dia 11 para 12 de abril, o Centro Cultural São Paulo, em São Paulo, foi palco da Cryptorave, uma noite e madrugada de discussões envolvendo segurança na rede, privacidade, ciberativismo, palestras, mini-cursos, instalações de GNU/Linux (Stallman agora curtiu) e outras ferramentas de segurança.
Fui convidado ainda em fevereiro, lá na Campus Party, pelo Sergio Amadeu para estar presente nesta Cryptorave. Foi um dos melhores convites que recebi até hoje!!!
O evento foi muito diferente de um FISL (fórum internacional do software livre) ou de uma Campus Party. A proposta e o formato, obviamente, são outros.
Foram cerca de duas mil pessoas que se inscreveram pelo site www.cryptorave.org para participar. Os debates estavam lotados!
O primeiro debate – e o mais esperado – foi com o Sergio Amadeu – acho que dispensa apresentações né? Sociólogo, um dos nossos principais teóricos do software livre, ativista, membro do Comitê Gestor da Internet e muitas outras coisas mais – e Jérémie Zimmermann, ativista, integrante da La Quadrature Du Net, participou do bate-papo com Julian Assange que resultou no livro Cypherpunks – Liberdade e o futuro da internet. Ou seja, dois dos principais ativistas da liberdade na rede, que discutiram sobre “Cyberguerra e militarização da internet”. Pense em um debate porreta e de alto nível! Vou procurar, se encontrar o vídeo publico aqui em breve.
Após o debate inicial, seguiu-se a programação da Cryptorave, com as oficinas e mini-cursos de segurança. Abaixo, uma foto mostra uma galera acompanhando atenta como implementar criptografia no uso de emails.
Passados poucos minutos da meia-noite, teve início o debate para o qual fui convidado, que era sobre Bitcoin e cryptomoedas. Junto com o amigo Gabriel Rhama, que é o criador da primeira pool de mineradores de cryptomoedas P2P, a P2PoolBrasil, ficamos até mais de 1:30 da madrugada falando sobre Bitcoin e respondendo muitas dúvidas sobre as moedas digitais. Na mesa do debate, o amigo Antonio Arles, que já conheço há um tempo da internet, mas conheci pessoalmente na Cryptorave, e a participação ativa do professor Pedro Resende, que “hackeou” o debate com muitas informações sobre criptografia.
A Cryptorave teve ainda em sua programação, entre outros debates, discussões sobre como defender a liberdade e a criatividade na rede, com a presença do Rafucko, do Tavião e do Gustavo Anitelli; sobre biometria e os riscos da urna eletrônica, com Jorge Stolfi e Diego Aranha; sobre a guarda de logs proposta no Marco Civil, com o amigo e pirata Paulo Rená; sobre segurança, soberania e vigilantismo, com o professor Pedro Resende, entre outros debates.
E como toda boa rave, também teve festa e música, claro! Tudo bem, não imagine lá uma daquelas raves psicodélicas, afinal, estamos entre nerds kkkkkkkkkkkk mas foi bem divertido =)
Esta Cryptorave me propiciou uma das melhores passagens por São Paulo. Confesso que já tive maus momentos na capital paulista, e por isso não gosto muito de ir pra lá. Mas desta vez, ter encontrado os amigos bitcoiners (Helena, André, Rodrigo, Safiri, Gabriel), os amigos piratas (Paulo Rená, Evelyn, Miguel, Fukui, Henrique Peer) e o Sergio, Felipe, Arles, Cecília e a Júlia até me fez esquecer os maus momentos do passado 😉
Espero ansioso pela próxima Cryptorave o/
Parabéns à Actantes, Escola de Ativismo, ThoughtWorks e Centro Cultural São Paulo.
Pô! Foda ver daqui de Sergipe que ocorre muito evento bacana pelo sudeste/sul. Tava muito afim de ir tanto pra esse quanto pro I Bitconf.
Vou ver se começo a fazer um pé de meia pra ir pra esses tipos de evento.