Os myxinis, mais conhecidos como peixe bruxa, são animais marinhos que vivem em altas profundidades se alimentando de restos de outros peixes. São da superclasse dos agnatos, ou seja, ele não tem mandíbula. Ao invés disso, a boca desse peixe é rodeada por dois pares de tentáculos e armada interiormente com uma placa de cartilagem com dois dentes em forma de pente, uma “língua-raspadora”, mas pela falta de mandíbula, não pode morder. O corpo do peixe-bruxa é cilíndrico, alongado como o corpo de uma cobra, mas não possuem escamas, a pele é totalmente lisa.
Como não tem mandíbula, para se defender do perigo ou pelo menos enganar predadores, a estratégia é intragável. O truque está na sua estrutura corporal na qual o seu corpo possui glândulas de proteínas lateralmente dispostas, que liberam uma gosma que ao contato com a água torna-se extremamente viscosa, formando uma enorme massa gosmenta. Mas não pensem que é pouca gosma, não! A quantidade que um myxini libera é inacreditável. Um único indivíduo possui centenas de quilômetros de filamentos de muco dentro de seu superprotegido corpo.
O fenômeno é também quase instantâneo, é só sentir o perigo que em questão de segundos tudo em volta do peixe se torna gosmento e viscoso. Segurá-lo neste momento é muitíssimo difícil. Caso um tubarão tente morder um myxini, sua boca e suas guelras serão rapidamente cobertas pelo muco, e caso ele não desista imediatamente do ataque pode morrer asfixiado.
A gosma é tão poderosa, que atualmente cientistas estão estudando a possibilidade de produzir artificialmente as proteínas que são encontradas no muco do peixe-bruxa em laboratório e aplicar suas propriedades em roupas esportivas ou, ainda, em coletes de proteção contra armas. A maior dificuldade é que esses animais só produzem a proteína em seu habitat natural. Confira as imagens e veja se você encararia um peixe-bruxa!
fonte: Diário de Biologia