Estamos vivendo dias de intensos ataques à privacidade e à liberdade na internet. Em nome do combate à pirataria, à guerra contra o terrorismo e ao tráfico, cada vez mais tudo que fazemos é monitorado na rede. O caso do ex-agente da CIA Edward Snowden trouxe essa triste realidade ao conhecimento de todos.
E a cada dia nossa privacidade fica mais ameaçada. Se até o governo brasileiro e a presidenta Dilma estão sendo monitorados, o que sobra pra nós?
Mas a própria rede pode oferecer as ferramentas para reverter este quadro e se tornar um espaço de liberdade, de criação, de troca de conhecimentos.
Temos as ferramentas necessárias para isso:
– programadores;
– softwares livres;
– você!
Sim, a principal ferramenta é a sua indignação diante de tudo isso e a vontade que essa indignação gera de desafiar aqueles que querem tolher nossa liberdade e violar nossa privacidade.
Queremos reunir um time de programadores, remunerados e também voluntários, para construir o código de uma rede descentralizada, plural, democrática, que garanta uma comunicação criptografada entre seus membros, que garanta a liberdade de expressão, que não sirva como plataforma para compartilhar preconceitos e desrespeito aos direitos humanos, que colabore na promoção da cidadania.
Uma rede que se auto-regule, a partir de princípios que serão construídos colaborativamente na própria rede, discutidos e deliberados por votação online de todos e todas.
Uma rede que se guie pela diretriz de oferecer a melhor experiência possível de comunicação em rede, e não que se guie pelo mercado publicitário. Queremos uma rede de pessoas, e não um amontoado de dados estatísticos a serem oferecidos às empresas. Por isso, não será uma rede que pedirá seu nome completo, do seu pai, da sua mãe, seu endereço, seu telefone, quanto você ganha, onde estuda, quem são seus vizinhos!
Todos e todas poderão participar de forma igual da rede, e informar ou não o que quiserem.
Será discutido se o melhor é iniciar este código do zero ou aproveitar códigos de projetos como o Friendika, Diáspora e o brasileiro Noosfero.
O código da rede será aberto, publicado sob a licença GNU GPL.
Também entendemos que é preciso reconhecer a força da atual rede social existente (aquela do Zuck, você sabe), e isso deve ser levado em consideração em aspectos como facilidades de navegação e design, bem como integração com a mesma. Pensamos em uma rede que se comunique com as demais e aquilo que for postado nela seja publicado também, por exemplo, no Facebook e/ou Twitter.
É algo plenamente possível de ser feito e o momento é agora! Muitos falam das redes sociais que são vigiadas e não respeitam a nossa privacidade. É chegada a hora de agir!
Por isso, um grupo de ciberativistas iniciou este debate e quer construir esta alternativa de forma colaborativa, também no seu financiamento.
A ideia é levantar R$ 99.000,00 para construir o código-fonte desta rede e colocar no ar experimentalmente para 100 mil usuários, em um prazo de até 180 dias.
R$ 99.000,00 pode parecer muita coisa, mas realmente não é. Desse valor, 13% irá para cobrir as taxas dos meios de pagamento e do Catarse, a plataforma que será utilizada para realizar a captação de recursos. Nosso objetivo é trabalhar durante 180 dias neste desenvolvimento, isso irá requerer dedicação integral de alguns programadores e designers. Contaremos certamente com muitos voluntários, mas é necessário consolidar um núcleo, um team core que assuma o comando do desenvolvimento pra fazer a coisa acontecer.
E ainda queremos colocar no ar a rede para, no mínimo, 100 mil usuários. Isso também vai requerer um investimento em servidores.
Então, podemos contar com você? Vamos construir essa rede social livre e recuperar nossa liberdade e privacidade?
A captação iniciará ainda esta semana no Catarse. A Rede Social Livre já tem uma fan page no “campo do adversário”, para reunir os simpatizantes da ideia, programadores, webdesigners, ativistas, que pode ser acessada em https://www.facebook.com/pages/Redelivre/236379976512285
Ideal seria se fosse uma rede social descentralizada, onde posts e outras informações fossem armazenadas em contas pessoais tipo BTSync, Dropbox, Google Drive e com esses dados pudessem ser indexados pelo sistema principal apenas para buscas textuais e estatisticas.
Opa Wladimir
Antes de fazer a chamada para a arrecadação colaborativa deveriam fazer o dever de casa. Essa rede já existe: Friendica. É só se juntar no git ao time de desenvolvimento ou mesmo fazer um fork!
Criar uma fã paga? Sem dúvida são uns fanfarrões! Sem comentários!
abs
Oi Sérgio, conheço o Friendika, Diáspora, Noosfero… mas como o processo se pretende democrático, então não custa nada perguntar que rumo tomaremos.
Eu acho que podemos partir de algo existente, sim, e creio que quem se envolver também assim vai entender. Mas não vamos definir isso já, antes de começar né?
O importante agora é reunir recursos para poder profissionalizar e agilizar esse desenvolvimento.
Sobre fan page no Facebook… bom, o povo está por lá, então vamos usar este espaço também, até porque a zueira não tem fim =P
Ô povo do software livre que adora reinventar a roda. Pra que “discutir se será utilizado o código das já existentes”? Não tem o que discutir, gente! Usem e poupem trabalho! Mesmo porque a friendica e a red matrix (derivada direta da primeira, com foco na privacidade e segurança), já estão funcionais e tem como objetivo serem descentralizadas, permitindo um controle absoluto da sua instância. Então, pra que começar mais um projeto do zero? Pra não dar certo e jogar a culpa na falta de gente?
E como assim “colocar no ar para 100 mil usuários”??? Vai repetir o mesmo modelo de juntar todo mundo em um lugar só, sob a tutela de um grupo de administradores que podem definir o que fazer com a rede? Porque é impossível atender a TODAS as demandas em uma mídia centralizada. A única alternativa é uma descentralizada, onde as pessoas podem configurá-la do jeito que bem entenderem. Cadê a discussão sobre federação?
E eu até queria atender ao chamado de diálogo. Infelizmente eles estão fazendo isso no Facebook, uma mídia social que eu não assino justamente por ser contra tudo aquilo que essa nova rede se propõe a ser. Custava puxar essa discussão em um blog?
E depois ainda ficam na dúvida de porque o software livre não avança……..
Boa a ideia do blog, Frederico. Vai ser feito. Não foi ainda porque nessa fase inicial tô tocando as coisas sozinho. Mas sei que logo mais gente vai estar ajudando, aí as coisas fluirão bem melhor 😉
abraço!
Você está atuando diretamente nisso, Wlad? Melhor ainda então. 😀
É sério, não comecem outra rede. As ideias do friendica e, especialmente, da red matrix, são ótimas! Especialmente pelo fato de serem distribuídas e com esse foco na privacidade. E o desenvolvimento delas é muito aberto a ideias externas.
Organizem-se pra avançar com esse trabalho, ao invés de criar mais um. Temos que parar de fragmentar o software livre desse jeito, senão vamos acabar com um monte de softwares e serviços que pouca gente usa. Se conseguíssemos fortalecer a red matrix, por exemplo, isso literalmente mudaria toda a lógica de funcionamento da Internet e seria um avanço enorme não somente para o SL como para a rede mundial como um todo. Pensem nisso! 🙂
Frederico, então, conheço estas redes e acho que podemos partir delas, sim. Mas é uma opinião pessoal. Vamos ouvir o que pensam outras pessoas também né?
O importante agora é reunir recursos pra poder profissionalizar um time pra desenvolver as funcionalidades que desejamos.
E sobre a fan page no Facebook, a zueira não tem fim né? Temos que atuar no campo do adversário também, afinal, é lá que estão aqueles que queremos atingir.
Abraço!
Oi Wladimir,
Essa idéia de por 100.000 usuários em um único node foi o que o diáspora fez (e na minha opinião não deu muito certo).
Colem no Friendica/Red!
Já uso ele faz um tempão e é uma maravilha.
Mike (desenvolvedor principal) não conta com praticamente nenhuma ajuda financeira. Se vocês levantarem dinheiro colaborem (financeiramente) com ele. A ideia de montar um time eu acho válida. Mas a ideia de reinventar a roda, caramba!!!! Sem comentários! Não é para isso que existe o software livre.
Se montarem um time vocês podem “acelerar” absurdamente o desenvolvimento do Friendica e Red Matrix. Mike é super aberto e aceita patchs de todo mundo que se propõe a ajudar.
Boa sorte!
Legal! Tens um contato direto com ele? Vou procurar falar com ele com urgência. Abraço!